quarta-feira, 14 de março de 2012

Procurador nega revanchismo em denúncia de Curió

O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Alexandre Camanho, afirmou nesta quarta-feira que as denúncias do Ministério Público Federal contra agentes públicos por crimes de sequestro e desaparecimento de pessoas durante a ditadura militar (1964-1985) "não é um trabalho de revanchismo". Procuradores denunciaram o coronel da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura pelo crime de sequestro qualificado de cinco pessoas na Guerrilha do Araguaia (1967-1974), uma iniciativa terrorista do PCdoB que começou na segunda metade da década de 60. "Não se está reabrindo feridas, é um equívoco se pensar assim", disse. "Essa é uma necessidade do direito ocidental e de países que passaram por esse tipo de transição política. Não é um trabalho de revanchismo, é um trabalho de amadurecimento e de reflexão conjunta", completou Camanho. Para Camanho, os procuradores da República estão trabalhando com "muito equilíbrio" diante da inércia do Estado brasileiro em dar uma satisfação aos familiares de desaparecidos durante a ditadura. O Ministério Público, avaliou o presidente da entidade, tem respaldo em decisões do Supremo Tribunal Federal e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que condenou o Brasil por crimes na Guerrilha do Araguaia.

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