terça-feira, 20 de março de 2012

Petistas e dirigentes do Banco Rural dizem que partido pagou suposto empréstimo, mensaleiros podem se dar bem

Depois de criterioso levantamento, a Procuradoria Geral da Repúbica chegou à conclusão de que falsos empréstimos feitos pelo PT para financiar o Mensalão do PT - o dinheiro tinha origem ilícita (”recursos não-contabilizados”, como poetizou Delúbio Soares) - somaram R$ 75 milhões. O Banco Rural era um dos operadores do Mensalão do PT, o outro era o BMG. Agora, às vésperas do julgamento do Mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal, o Partido dos Trabalhadores inseriu no processo uma declaração de que quitou uma milionária dívida que tinha contraído no Banco Rural, uma das instituições financeiras envolvidas no escândalo de compra de apoio político de parlamentares no governo Lula. No dia 2 de março, a defesa de José Genoino, um dos réus da ação e ex-presidente do PT, comunicou ao ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do Mensalão do PT, que o partido pagou integralmente um empréstimo que havia tomado no Rural. O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, cuja defesa também subscreve o documento, sempre sustentou que os empréstimos tiveram origem lícita e serviram para pagar dívidas do partido e de aliados da campanha de 2002. Em suas alegações finais no processo do Mensalão do PT, Genoino disse ter assinado os contratos das transações tidas como fraudulentas por “obrigação estatutária”. Era uma forma, complementou, de o PT atenuar as dificuldades financeiras por que diziam passar os diretórios regionais do partido após aquela eleição. Ao atestar a quitação do débito, Genoino e Delúbio, em conjunto com os ex-dirigentes do Banco Rural, reforçam a estratégia jurídica de que os recursos foram tomados dentro das normas de fiscalização do Banco Central. Se essa tese for aceita, todos vão se livrar das acusações feitas pelo ex-procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, de formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.

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