terça-feira, 13 de março de 2012

Justiça condena 24 acusados de ligação com máfia do jogo no Rio de Janeiro

A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal no Rio de Janeiro, condenou os réus no processo da chamada Operação Hurricane, desencadead em 2007. Os mandados de prisão foram cumpridos nesta terça-feira. Entre os condenados estão contraventores, policiais civis e federais e empresários. De acordo com a juíza, "a corrupção de um magistrado, como já se viu, configura intolerável atentado ao Estado de Direito, porque afeta um de seus pilares, qual seja, a existência de um Judiciário forte e independente. O suborno de um juiz inaugura uma situação de desigualdade e insegurança entre os cidadãos, a quem se passa a percepção de desproteção e odioso privilégio conferido apenas àqueles que podem pagar pela proteção judicial comprada. Fragiliza não só o Judiciário e sua imagem, mas a própria democracia e os direitos e garantias individuais, cujos garantes finais são os juízes probos e infensos a pressões políticas ou econômicas de qualquer espécie. Por fim, considero ainda relevante a especial sofisticação da forma de agir da quadrilha chefiada pelo acusado". A juíza determinou que 10 dos 24 condenados fossem presos imediatamente por sua alta periculosidade. Antonio Petrus Kalil, o Turcão, que está doente, deve cumprir prisão domiciliar. Além dele, a juíza determinou a prisão de Aniz Abraão David, o Anísio da Beija-Flor; Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães; José Renato Granado, Nagib Suaid, Julio Guimarães (sobrinho do Capitão), João Oliveira de Farias, Marcelo Kalil, o policial civil Marcos Antonio dos Santos Bretas e Jaime Garcia Dias. Ainda foram condenados dois delegados federais, um delegado federal aposentado e um policial civil. O juiz federal José Eduardo Carreira Alvim, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região e o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça, Paulo Oliveira Medina, também investigados na Hurricane e acusados de corrupção, tiveram o processo desmembrado. Veja as penas: Ailton Guimarães Jorge, Antonio Petrus Kalil e Aniz Abraão David, apontados como os líderes da máfia do jogo no Rio de Janeiro, pena de 2 anos e 11 meses de reclusão; Nagib Teixeira Suaid: homem de confiança de Aniz Abrão David que operava os escritórios da quadrilha, recebeu pena de 2 anos e 10 meses de reclusão; Marcelo Calil Petrus, filho de Antonio Kalil, o Turcão, escolhido para suceder o pai na organização, teve pena de 2 anos e 10 meses de reclusão; Julio César Sobreira, sobrinho do Capitão Guimarães e escolhido para sucedê-lo, é dono de bingos, pontos de jogo do bicho e máquinas caça-níqueis e chefiava o escritório destinado para o pagamento de propina a policiais, levou pena de 2 anos e 10 meses de reclusão; João Oliveira de Farias, homem de confiança do Capitão Guimarães, também dono de caça-níqueis e pontos de bicho, recebeu pena de 2 anos e 10 meses de reclusão; Carlos Pereira da Silva, delegado federal, teve pena de 48 anos, 8 meses e 15 dias de reclusão e 1.180 dias-multa; Miguel Laino, policial civil, levou pena de 40 anos e seis meses de reclusão; Luiz Paulo Dias de Mattos, delegado federal aposentado, foi sentenciado a pena de dois anos e seis meses de reclusão; Susie Pinheiro Dias de Mattos, delegada federal, mulher de Luiz Paulo, recebeu pena de 9 anos e 4 meses de reclusão; Francisco Martins da Silva, agente administrativo da Polícia Federal, recebeu pena de 5 anos e 10 meses de reclusão; Marcos Antonio dos Santos Bretas, policial civil, levou pena de 2 anos e 10 meses de reclusão.

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