terça-feira, 20 de março de 2012

Juiz suíço deixa tribunal que julga crimes de guerra no Camboja

O juiz suíço Laurent Kasper-Ansermet, um dos responsáveis pelo julgamento de crimes de guerra de integrantes do Khmer Vermelho, pediu nesta segunda-feira afastamento definitivo do caso. Ele foi o segundo magistrado a deixar o processo nos últimos cinco meses. Antes de deixar o caso, Kasper-Ansermet acusou o juiz cambojano You Bunleng de bloquear as investigações. “O juiz Laurent Kasper-Ansermet considera que as circunstâncias atuais já não lhe permitem cumprir os seus deveres de forma adequada e livre”, informou o tribunal, em comunicado. “A oposição ativa de You Bunleng às investigações aos casos 003 e 004 provocou uma situação disfuncional”, disse o juiz suíço. Em outubro do ano passado, o juiz alemão Siegfried Blunk também abandonou o tribunal, – que depende do apoio da ONU. O alemão deixou o caso informando que as atividades estavam sendo prejudicadas por interferências do governo do Camboja. Integrantes do Khmer Vermelho são acusados de participação em massacres e torturas, além da imposição de trabalhos forçados no período de 1975 a 1979. Cerca de 2 milhões de pessoas foram mortas durante o regime comunista do Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot. No primeiro julgamento, o tribunal condenou à prisão perpétua Kaing Guek Eav, conhecido como Duch, por ter comandado o campo de torturas Tuol Sleng, no qual morreram mais de 15 mil pessoas. Nuon Chea, conhecido como Irmão Número Dois, e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Ieng Sary e ex-chefe de Estado Khieu Sampha aguardam julgamento. Ambos negam as acusações de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio.

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