sábado, 10 de março de 2012

Japão admite que previu derretimento de Fukushima

O governo japonês anteviu a possibilidade de derretimento nos reatores da usina nuclear de Fukushima desde as primeiras horas após um tsunami atingir o local, segundo minutas ministeriais divulgadas na sexta-feira, embora as autoridades tenham levado mais de um mês para admitir isso. O terremoto e o tsunami de 11 de março de 2011 destruíram os sistemas de refrigeração da usina Fukushima Daiichi, da Tokyo Electric Power (Tepco), causando o pior desastre nuclear do mundo desde o acidente de Chernobyl, em 1986. "Os sistemas de refrigeração ainda em atividade são os mantidos por baterias. Elas vão durar oito horas", diz o sumário da primeira reunião emergencial do gabinete japonês, quatro horas depois do terremoto, citando um participante não identificado: "Se as temperaturas do núcleo dos reatores continuarem subindo por mais de oito horas, há a possibilidade de que um derretimento ocorra". No dia seguinte, um funcionário do Ministério do Comércio que atuara como porta-voz do governo após o desastre foi substituído por citar o risco de fusão do reator. Só em maio a empresa Tepco, dona da usina, admitiu que as barras de combustível do reator pareciam ter derretido, o que gerou suspeitas de que a operadora e as autoridades estariam tentando minimizar a gravidade do acidente. A Tepco hoje considera que três dos seis reatores da usina, 240 quilômetros a nordeste de Tóquio, sofreram derretimento do combustível.

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