sexta-feira, 30 de março de 2012

Banco BMG tem nota rebaixada pela Fitch

Todo poderoso no futebol brasileiro, o BMG acaba de ser rebaixado num critério bem mais importante para ele: o da classificação do seu risco, o que, em outras palavras, significa o quanto o banco é confiável para tomar dívidas no mercado internacional. A agência de classificação Fitch, uma das maiores do mundo, rebaixou o rating do BMG de BB- para BB em moeda estrangeira e de A- para BBB na moeda local. Significa que, aos olhos da agência internacional, emprestar ao BMG se tornou mais arriscado. O BMG se tornou conhecido do público brasileiro nos últimos anos por razões diversas. A primeira delas, em 2005, quando se envolveu no chamado escândalo do Mensalão do PT; depois, o BMG virou referência nos empréstimos consignados, o que lhe deu fama e sobretudo dinheiro. Por fim, o banco virou o todo poderoso do futebol brasileiro. É o principal patrocinador nas camisas de Cruzeiro, Atlético Mineiro, Vasco, Palmeiras, São Paulo, Santos, entre vários outros. Também possui o passe de vários jogadores. No mundo das finanças, porém, o rebaixamento do BMG está ligado a uma jogada que analistas consideram quase uma canelada: a compra do Banco Schahin, há exatamente um ano, por R$ 250 milhões. O analista Robert Stoll, que assinou o documento que rebaixou o banco mineiro, alega que a aquisição elevou o volume de ágio em R$ 1,6 bilhão, uma vez que o BMG assumiu todo o passivo do Schahin. Além disso, citou dificuldades para a lucratividade do banco, o que deverá limitar a capacidade de recuperação de seus índices de capital, deteriorados pelas últimas operações. Na época do anúncio da transação com o banco dos ricos irmãos Milton e Salim Schahin, o mercado teve dificuldade de entender os verdadeiros motivos do BMG. O próprio banco mineiro precisava levantar capital para sustentar seu enorme crescimento nos últimos anos. Além disso, os Schahin não deram garantias pessoais na operação, afinal intermediada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), devido às dificuldades de capital do Banco Shahin. As agências Standard and Poor’s e Moody’s (as duas maiores do mundo) já haviam rebaixado as notas do BMG no início deste mês.

Nenhum comentário: