sábado, 4 de fevereiro de 2012

Privatização petista dos aeroportos tem onze consórcios inscritos

Pelo menos 11 consórcios apresentaram na BMF&Bovespa propostas de participação no leilão de privatização petista dos aeroportos. Pelas regras do processo privatização por meio de concessão, marcado para segunda-feira, os grupos podem fazer propostas pelos três aeroportos - Guarulhos, Viracopos (Campinas) e Brasília -, mas só é permitido arrematar um deles. A soma dos preços mínimos dos três é de R$ 5,5 bilhões. Na sexta-feira, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) anunciou os nomes dos consórcios que não se qualificaram para a segunda etapa, quando serão feitos lances a viva-voz. Os nomes dos grupos qualificados serão revelados oficialmente apenas no dia do leilão. Só serão qualificadas para a segunda fase as empresas que apresentaram proposta inicial cujo valor seja de até 90% da maior proposta. Se houver duas ou menos empresas nesse intervalo, as três melhores avançam. Advogados dizem que as empresas estão preparadas para entrar com recursos judiciais se forem desqualificadas em razão de alguma proposta "aventureira". Se algum grupo entrar com um preço muito superior ao preço mínimo estabelecido pelo governo para cada aeroporto, ele pode desqualificar outros concorrentes. Compondo os consórcios estão grandes operadores internacionais, como a Changi, de Cingapura, que apresentou proposta em conjunto com a Odebrecht. A suíça Zurich AG entrou com a CCR, empresa controlada por Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, e a alemã Fraport, do aeroporto de Frankfurt, com o grupo Ecorodovias. Responsável pela operação de um dos aeroportos mais movimentados do mundo, o aeroporto de Heathrow, em Londres, a espanhola Ferrovial apresentou proposta em sociedade com a Queiroz Galvão e o BTG Pactual. Com nove aeroportos da África do Sul sob sua administração, a ACSA apresentou proposta com a Invepar, empresa de investimentos em transportes do grupo OAS com fundos de pensão das estatais Previ, Petros e Funcef. O consórcio confirmou ter apresentado proposta para os três aeroportos. O grupo francês Aéroports de Paris (ADP) e o grupo holandês Schipol, que administram respectivamente os aeroportos Charles De Gaulle, em Paris, e de Amsterdã, na Holanda, entraram juntos no leilão dos aeroportos do Brasil. Eles firmaram um consórcio denominado Sócrates, que conta com a Construtora Carioca Engenharia, do Rio de Janeiro, e o Grupo GP Investimentos. De acordo com informações do grupo, foi formulada proposta para apenas um dos três aeroportos leiloados. A construtora Galvão tinha negociações com o grupo alemão Flughafen München, do aeroporto de Munique, mas não confirmou propostas. Já o governo de Portugal vetou na última hora a entrada da estatal de aeroportos ANA no leilão. A ANA tinha um acordo com cinco empreiteiras do Brasil (ATP, CVS, CCI, Encalso e Cartelonni) para participar da concorrência. Com o veto do governo português, as empresas nacionais ficaram fora do negócio, já que é obrigatório que cada consórcio seja composto por uma operadora aeroportuária experiente. Outra que desistiu foi a construtora Delta. A empresa estudava entrar em um consórcio com as construtoras Cowan e J.Maluccelli e o operador do aeroporto Charles De Gaulle, de Paris.

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