quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Para presidente do Banco Central, há espaço para estímulo econômico

Há espaço para uma política de afrouxamento monetário no Brasil sem o comprometimento da inflação, disse o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. O afrouxamento monetário tem ocorrido no Brasil por meio da adoção de medidas que possibilitem apoiar o crescimento, como a inclusão de estímulos à atividade econômica. No ano passado, o governo lançou, por exemplo, um plano de incentivo à indústria para combater, entre outros problemas, a valorização do real que inibiu as exportações e prejudicou a competitividade brasileira. Com a medida, o Estado desonerou uma série de setores industriais, deixando assim de arrecadar para impulsionar a atividade fabril. O Banco Central busca manter a inflação perto de 4,5% em 2012, acrescentou Tombini nesta quinta-feira, ao participar de uma conferência internacional organizada pelo banco central da Índia, em Mumbai. Na semana passada, o Banco Central deu o mais forte sinal de que continuará reduzindo o juro básico em direção a um dígito, apesar de o desemprego na mínima recorde ter reforçado preocupações de que um apertado mercado de trabalho possa gerar inflação. O Banco Central indicou, de modo claro e muito pouco usual, que vai continuar a reduzir a taxa de juros no Brasil até chegar a um patamar abaixo de dois dígitos ao ano. Em um movimento raro na história do regime de metas de inflação brasileiro, iniciado em 1999, os diretores que integram o Copom (Comitê de Política Monetária) praticamente se comprometem a reduzir a taxa Selic. A inflação preocupa o governo há meses. Em dezembro, o ministro Mantega disse que a alta dos preços é tão ruim quanto o juro alto. Desde dezembro de 2010 (último mês do segundo mandato de Lula), o governo vem anunciando medidas para conter o crédito e reduzir o consumo. O objetivo era esfriar a economia e segurar a inflação, que insiste em ficar acima do teto da meta do governo, de 6,50%.

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