terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Governo petista privatiza aeroportos por R$ 24,5 bilhões

O governo petista arrecadou R$ 24,5 bilhões com o leilão de privatização dos aeroportos de Guarulhos (Cumbica-SP), Campinas (Viracopos-SP) e Brasília (Juscelino Kubitschek), realizado nesta segunda-feira, na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. O valor é 347% superior aos R$ 5,482 bilhões de lance inicial pelos três aeroportos. O consórcio formado pela Invepar, com a ACSA, da África do Sul, como operador, venceu o leilão de concessão do aeroporto de Guarulhos. O lance foi de R$ 16,2 bilhões, com ágio de 373,5%, e foi considerado elevado diante do valor mínimo (R$ 3,4 bilhões). A segunda melhor proposta foi de R$ 12,8 bilhões, R$ 3,4 bilhões a menos. O leilão para concessão do aeroporto de Campinas foi vencido pelo consórcio Aeroportos Brasil, com o operador Egis Avia (França). O lance foi de R$ 3,8 bilhões, com ágio de 159,7%. O mínimo era de R$ 1,5 bilhão. Já o consórcio Inframérica, com a Corporación América (Argentina) como operador, venceu a privatização do aeroporto de Brasília. O lance foi de R$ 4,5 bilhões, com ágio de 673%. O mínimo era de R$ 582 milhões. O consórcio que levou o aeroporto de Guarulhos é formado pela Invepar (90%) e ACSA (10%). A Invepar é formada pela OAS e por fundos de pensão estatais. Já a ACSA opera nove aeroportos na África do Sul, entre eles os da Cidade do Cabo e Johanesburgo, desde 1993, quando foram privatizados. As unidades recebem 38 milhões de passageiros ano. Tem entre seus sócios a Aeroporti Di Roma (Itália). Já o grupo que conquistou o aeroporto de Campinas (SP) é formado por Triunfo (45%), UTC (45%) e Egis Avia (10%). A Egis trabalha em várias áreas da aviação civil. Opera 11 aeroportos no mundo, com 13 milhões de passageiros por ano, entre eles os da Costa do Marfim, Gabão e da Ilha de Bora Bora, na Polinésia Francesa. O Inframérica, que levou Brasília, é formado por Infravix (50%) e Corporación América (50%). A Corporación América controla 40 aeroportos em países como Equador, Peru, Itália e Armênia. A principal operação é na Argentina, onde ganhou a privatização de 33 aeroportos que movimentam 23 milhões de passageiros ano. É a operadora do primeiro aeroporto privatizado no Brasil (São Gonçalo do Amarante, em Natal) que ainda será construído. O setor privado terá 51% de participação na nova sociedade que vai gerir os aeroportos. Já a Infraero possuirá 49%, sendo esse o limite máximo. Essa participação pode ser diluída ao longo dos anos e diminuir. Nesse caso, a participação do setor privado aumenta.

Um comentário:

Pedro Bordini disse...

Gostaria de saber a opinião dos críticos à "privataria tucana", em relação a estas privatizações. Será chamada de "privataria petista"?