quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Descoberta bomba-atômica de óleo ascarel no porto de Porto Alegre, a poucos metros do rio Guaíba

A delegada Elisangela Melo Reghelin, da Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, tem uma importante tarefa a realizar: abrir um inquérito para descobrir os responsáveis pelo depósito no prédio refrigerador do porto da capital gaúcha de 1.000 litros de óleo ascarel, que ficaram 10 anos estocados nesse local. O óleo ascarel, que era usado para refrigeração de transformadores de energia elétrica, teve seu uso completamente banido no mundo inteiro há mais de uma década porque é considerado altamente cancerígeno e carcinogênico. Para começar, a delegada Elisangela Melo Reghelin deveria chamar Vicente Rauber para depor. Ele era o presidente da CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) no governo do petista Olívio Dutra. A CEEE era a maior usuária no Rio Grande do Sul de óleo ascarel para refrigeração de seus milhares de transformadores e capacitores, e precisou fazer a troca em todos os equipamentos. A operação de descarte do óleo ascarel, no Brasil, só pode ser feita nas instalações da Rhodia, no Rio de Janeiro. É uma operação muito cara, que deve utilizar pessoal especializado acompanhando o transporte o tempo inteiro, na sua passagem por território de cinco Estados, com cada um precisando emitir uma autorização específica de trânsito. Um funcionário da Superintendência de Portos e Hidrovias do Rio Grande do Sul, que pediu sigilo de seu nome, revelou a Videversus que a presença do óleo ascarel estocado no porto da capital gaúcha era do conhecimento de todo mundo: "Todo mundo no porto sabia que havia óleo ascarel depositado lá, desde o pessoal da 'pedra' (estivadores, operadores de grua) até funcionários administrativos e diretores da Superintendência, nos governos de Olívio Dutra, Germano Rigotto e Yeda Crusius". Essa fonte sugere que a delegada Elisangela Melo Reghelin ouça o engenheiro Paulo Ody, do Departamento de Compras da Superintendência de Portos e Hidrovias. Se abrir esse inquérito, a delegada Elisangela Melo Reghelin poderia investigar o destino do óleo ascarel do Rio Grande do Sul indo até a famigerada Vala 7 do lixão industrial da Utresa, em Estância Velha. Milhares de tonéis formam a base desse gigantesco trapézio composto pela massa de lixo industrial, com a altura de um prédio de mais de 10 andares. O que existe dentro desses tonéis que precisaram ser enterrados sob tamanha quantidade de resíduos descartados pelas indústrias do Rio Grande do Sul?

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