quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cientistas gravam canto de grilo de 165 milhões de anos

Um grupo de cientistas conseguiu reproduzir em laboratório o canto de amor de um tipo de grilo que viveu há 165 milhões, em florestas das atuais China e Mongólia. O bicho, de cerca de 7 centímetros, produzia um poderoso som para atrair suas fêmeas para acasalamento batendo os "dentes" das suas asas, como duas paletas musicais. É mais ou menos a mesma técnica usada pelos grilos de hoje em dia. Só que os insetos atuais são menores e produzem o som com os pelos das asinhas. O feito foi possível graças a fósseis superconservados do grilo. Esses fósseis guardavam detalhes, visíveis em microscópio, até das asinhas dos bichos jurássicos. O estudo da anatomia dos grilos fossilizados permitiu visualizar os "dentes" nas asas, que produziam o canto. Os pesquisadores, então, compararam essa estrutura com 59 espécies de grilos e gafanhotos que vivem hoje em dia e analisaram o som que cada um deles emite. Depois, o grupo --composto por paleontólogos, especialistas em evolução de insetos e em acústica-- reproduziu o ambiente em que viveram os grilos há 165 milhões de anos, composto basicamente por araucárias. Isso foi necessário para que os especialistas compreendessem como o som repercutia pelo ambiente. O canto dos grilos é importante para o macho, pois indica à fêmea onde ele está e mostra suas habilidades. A reprodução do canto do grilo jurássico pode elucidar questões importantes sobre a evolução das espécies.

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