sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Brasil responde por quase 8% dos transplantes no mundo

O número de transplantes de órgãos e tecidos mais que dobrou na última década no País. Em 2011, foram 23.397 cirurgias, o que equivale a quase 8% dos transplantes feitos no mundo no mesmo período, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira. Em dez anos, contabilizou-se 6.827 transplantes dos chamados órgãos sólidos (coração, rim e fígado, entre outros) e 16.570 de tecidos. As cirurgias de transplante que mais cresceram, em quantidade, foram as de medula óssea, córnea, fígado, pulmão e rim. Para o governo, o aumento está relacionado à maior quantidade de doadores e à ampliação da rede de captação de órgãos. Em 2011, chegaram a 11,4 pessoas por grupo de 1 milhão de habitantes. A meta é ter 15 doadores por milhão até o fim de 2014, taxa semelhante à de países que são considerados referência em doação de órgãos. Com mais doações e cirurgias, o tempo de espera por um órgão na fila dos transplantes caiu, em média, 23% em um ano. No caso do rim, a redução do tempo de espera foi 42%. Mas 27.827 pessoas ainda aguardam por um transplante na rede pública de saúde. No SUS (Sistema Único de Saúde), os candidatos são chamados conforme a ordem da fila e a gravidade do caso. De acordo com o ministro Alexandre Padilha, as metas deste ano são expandir e melhorar a estrutura para os transplantes de coração e pulmão, considerados os mais complexos. O governo fixou regras para o transplante de órgãos em estrangeiros que não vivem no País. Segundo a portaria publicada nesta quinta-feira, nessas situações, o doador precisa ser vivo e parente do estrangeiro. No momento, a cirurgia pode ser feita somente na rede particular. No SUS, o procedimento só é autorizado se houver um acordo entre o Brasil e o país de origem do solicitante. Segundo Padilha, não existem acordos bilaterais vigentes com essa previsão. "O estrangeiro não residente não disputa a fila de transplantes do SUS. Não entra na frente de nenhum brasileiro. A regra vem para coibir qualquer prática de tráfico de órgãos ou de doador vivo. Isso está condizente com os tratados internacionais", justificou.

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