quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Oficial que repreendeu comandante de navio vira herói na Itália

O oficial da Guarda Costeira italiana que ordenou ao comandante do navio naufragado que retornasse imediatamente a bordo se tornou um herói na Itália, digno de crédito por ter salvado a honra nacional em uma das noites mais sombrias do país. A Itália ficou encantada nesta quarta-feira com a história dos dois capitães. Um deles é o capitão da Guarda Costeira, Gregorio De Falco, que ordenou furiosamente que o comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, que havia abandonado o barco, retornasse ao navio para supervisionar as operações de resgate. O outro é o capitão Schettino, que os jornais italianos chamaram de covarde por fugir diante da adversidade, e agora está sob prisão domiciliar acusado de homicídio culposo múltiplo, de provocar o naufrágio e de abandonar o navio. "Ouça, Schettino, talvez você tenha se salvado do mar, mas eu vou fazer você ficar muito mal. Farei você pagar por isto. Vá para bordo!", gritou De Falco para Schettino durante um diálogo de quatro minutos, por rádio, divulgado na terça-feira. A palavra italiana que De Falco usou, "cazzo', é uma gíria para o órgão sexual masculino, mas é usada corriqueiramente na Itália para enfatizar alguma coisa. Na manhã desta quarta-feira já se podiam ver na Itália pessoas usando camisetas com a frase imperativa em italiano "Vada a bordo, cazzo!". "Obrigado, capitão" era a manchete desta quarta-feira do maior jornal nacional, o Corriere della Sera, que assim refletia a gratidão dos italianos, que, por outro lado, veem o comportamento de Schettino como uma vergonha para o país.

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