quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Novo cálculo da inflação pode favorecer queda do indicador

Cinco dos nove grupos que compõem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) perderam peso no cálculo do índice a partir deste ano, mas duas classes de despesa importantes (habitação e transportes) vão ter uma relevância maior, segundo o IBGE, que divulgou as novas ponderações nesta quarta-feira. Segundo analistas, o impacto dessas mudanças deverá reduzir os valores do indicador, favorecendo a queda da inflação. O IPCA é usado para o sistema de metas de inflação do governo e as mudanças de ponderação já refletirão no cálculo de janeiro, bem como no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) deste mês, ambos com divulgação em fevereiro. A meta de inflação do governo é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos tanto para 2012 quanto para 2013. As ponderações passam a ter como base a estrutura de consumo dos brasileiros apurada pela POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) de 2008/2009. Alimentação, transportes e habitação continuam sendo os grupos, pela ordem, mais importantes do IPCA. Segundo o IBGE, o peso do grupo habitação no IPCA passou a 14,6169% do indicador, contra 13,2501% anteriormente. Transportes subiu de 18,6877% para 20,5421%. Já o peso do grupo alimentação, o principal dentro do IPCA, baixou discretamente, de 23,4584% na ponderação vigente até dezembro de 2011, para 23,1237% agora. A classe de despesa educação foi a que mais perdeu peso entre uma ponderação e outra, segundo o IBGE, passando de 7,2137% para 4,3735% agora. Entre os que perderam peso ficaram também Vestuário (de 6,9410% para 6,6692%), despesas pessoais (de 10,5369% para 9,9421%) e comunicação (de 5,2537% para 4,9631%). Na outra ponta, os grupos que ganharam força no IPCA foram artigos de residência, de 3,9018% para 4,6758%, e saúde e cuidados pessoais, de 10,7567% para 11,0936% do IPCA. O governo Dilma começou o processo de maquiagem da inflação brasileira, usando o mesmo truque já utilizado na Argentina pela presidente populista peronista Cristina Kirchner.

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