sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Na França, crise econômica favorece Marine Le Pen, líder da extrema-direita

A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, está encenando uma volta às pesquisas de opinião a menos de cem dias da eleição presidencial, tirando vantagem de uma onda de descontentamento econômico que põe em risco as chances de reeleição do presidente Nicolas Sarkozy. Com o aumento do desemprego e a perda da nota de crédito "AAA" da França "manchando" o histórico político de Sarkozy, os institutos de pesquisa dizem que a marca Le Pen, a retórica antieuropéia, está ganhando terreno entre um vasto leque de eleitores descontentes. Na última quinta-feira, uma pesquisa diária de intenção de votos realizada pelo instituto Ifop deu a ela 21% de apoio no primeiro turno da eleição de dois turnos, prevista para abril e maio, apenas dois pontos percentuais atrás de Sarkozy. Analistas dizem que a pesquisa se encaixa em uma tendência mais ampla de apoio crescente a Marine Le Pen e suas idéias que enfraquece tanto Sarkozy quanto seu rival socialista, François Hollande, o líder nas pesquisas. Uma derrota de um presidente no primeiro turno seria inédita na história da Quinta República da França, fundada em 1958. "Hoje não podemos dizer com certeza se François Hollande ou Nicolas Sarkozy estarão qualificados no primeiro turno", disse o analista Jean-Daniel Levy, da agência de pesquisas Harris Interactive. "O mais surpreendente é que nunca vimos esse nível de apoio elevado para um candidato da extrema-direita a três meses da eleição presidencial", acrescentou. Marine Le Pen, que mantém uma terceira posição forte, atrás de Hollande e Sarkozy, tem feito um esforço para ganhar o respeito dos franceses desde que assumiu a liderança da Frente Nacional no lugar de seu pai, Jean-Marie Le Pen. Mudando o foco estreito sobre a imigração, Marine reapresentou a Frente Nacional como uma protetora da soberania francesa, pronta para abandonar o euro e fechar as fronteiras francesas à competição estrangeira. A onda de fechamento de empresas aumentou o apoio para sua idéia de "protecionismo inteligente" entre os eleitores desencantados da classe operária.

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