sábado, 14 de janeiro de 2012

Crise faz aeroportos espanhóis cessarem vôos comerciais

O aeroporto espanhol de Badajoz cessou esta semana seus vôos comerciais, somando-se à lista de infraestruturas fantasmas do país, em crise desde o estouro da bolha imobiliária no final de 2007. A situação é paradoxal: segundo a AENA (Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea), os 47 aeroportos públicos espanhóis receberam 204 milhões de passageiros em 2011, o segundo melhor resultado de sua história. Durante o ano, no entanto, o pequeno aeroporto de Badajoz recebeu 56.119 passageiros, 8,3% a menos que em 2010, depois de ter duplicado sua superfície. "Apesar de não haver mais vôos comerciais no aeroporto, ele continuará aberto e operante para todo os demais tipos de vôos", afirmou um porta-voz da AENA. Este não é um caso isolado. A Espanha, cujo crescimento foi alimentado por muito tempo pelo 'boom' da construção civil, conta com o maior número de aeroportos comerciais internacionais na Europa, muitos deles construídos no embalo do crescimento imobiliário, entre 1997 e 2007. Dos 47 aeroportos públicos, quatro já não possuem nenhum vôo comercial regular: Badajoz, Huesca, Albacete, Córdoba. "Contudo, os aeroportos que possuem menos de 100.000 passageiros ao ano, menos de um vôo ao dia, realmente são também aeroportos fantasmas", disse Germa Bel, economista da Universidade de Barcelona. "Existem na Espanha 15 aeroportos comerciais com menos de 100.000 passageiros ao ano", completou. Quanto aos aeroportos privados, a situação não é muito melhor: o único em serviço, o da Ciudad Real (sul de Madri), aberto em 2008, corre o risco de fechar. Seu último vôo, da companhia Vueling, foi realizado em outubro. Quanto ao Castellón, na costa mediterrânea, inaugurado em março de 2011, está deserto.

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