sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Carolina do Sul promete disputa acirrada entre republicanos

A próxima etapa das eleições primárias republicanas dos Estados Unidos será na terça-feira, no Estado de New Hampshire, mas as atenções já se voltam para a Carolina do Sul, um Estado conservador, com histórico de testemunhar disputas políticas agressivas e escolher o candidato que acaba vencendo em nível nacional. A eleição primária do dia 21, a ser realizada 11 dias depois de New Hampshire, pode ser a última chance para conservadores que esperam frear o ímpeto do moderado Mitt Romney, que já venceu em Iowa e é amplo favorito em New Hampshire. Uma vitória de Romney na Carolina do Sul essencialmente selaria a indicação dele para disputar a presidência contra o democrata Barack Obama em novembro, ao passo que a vitória de um conservador revelaria à direita republicana o seu tão esperado salvador, com chances de virar um jogo que depois segue para a Flórida e outros Estados. Em Iowa, quem chegou mais perto disso foi o ex-senador Rick Santorum, classificado em segundo lugar, com apenas oito votos a menos que Romney. A importância estratégica da Carolina do Sul ficou evidente na última quinta-feira, quando Romney deixou New Hampshire para uma visita de 24 horas ao Estado, onde fez campanha com o governador Nikki Haley e o senador John McCain, do Arizona, que manifestou apoio a Romney, ex-governador de Massachusetts. Rick Perry, governador do Texas, que cogitou abandonar a disputa depois do pífio quinto lugar em Iowa, também fez campanha na Carolina do Sul. Desde a instituição das eleições primárias na Carolina do Sul, em 1980, o candidato republicano vencedor no Estado sempre acabou sendo o indicado do partido. As campanhas são agressivas e os resultados, apertados. "Se você gosta que a política seja bacana e educada, como numa escola dominical, este não é o lugar para você", disse o estrategista republicano David Woodard, professor da Universidade Clemson, na Carolina do Sul. Em 2000, por exemplo, John McCain foi alvo de difamações anônimas em meio à sua disputa com George W. Bush, que teve ali uma vitória crucial na sua trajetória até a Casa Branca. Em 2008, McCain ficou à frente de Mike Huckabee, enquanto Romney obteve apenas um distante quarto lugar, com 15% dos votos. Desta vez, Romney é o candidato a ser derrotado pelos conservadores, que o consideram excessivamente moderado, criticando o fato de já ter apoiado o direito ao aborto e adotado em Massachusetts um programa de saúde pública que serviu de modelo para a reforma federal do setor feita por Obama. Na primária de 2008, pesquisas de boca de urna mostraram que dois terços dos participantes iam à igreja pelo menos uma vez por semana, e que cerca de 70% eram contra a legalização do aborto. Por outro lado, o desemprego no Estado é de 9,9% --maior do que a média nacional, e o oitavo pior índice dos Estados Unidos, e isso pode tornar o eleitorado mais receptivo a discurso de Romney, que se diz mais qualificado para gerar empregos por já ter sido empresário.

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