quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Um ano após posse, Dilma mantém política externa de Lula

Após um início de governo marcado pela expectativa de que mudaria o rumo da política externa brasileira, a presidente Dilma Rousseff completará um ano no poder sem grandes diferenças em relação a seu antecessor, afirmam analistas. "Acho que há essencialmente uma continuidade", disse o historiador americano John French, professor da Duke University, na Carolina do Norte. A manutenção da política externa adotada no governo Lula, apesar de não surpreender, contradiz a idéia de mudança de rumo que começou a ganhar força, principalmente no Exterior, logo após a eleição de Dilma e ainda antes da posse. Em dezembro do ano passado, Dilma deu uma entrevista ao jornal americano "The Washington Post" na qual criticava a posição do governo Lula de se abster em uma votação na ONU que condenava o Irã por abusos de direitos humanos. Essas declarações provocaram uma onda de análises na imprensa estrangeira, que viu na entrevista mostras de que a nova presidente iria romper com as políticas de seu antecessor e dar mais atenção à questão dos direitos humanos na política externa. A expectativa foi reforçada em março deste ano, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, quando o Brasil votou a favor da criação de um relatório especial para investigar a situação dos direitos humanos no Irã. No entanto, apesar da aparente sinalização inicial de mudança, nesta semana o Brasil voltou a se abster em uma votação na Assembléia Geral da ONU, em Nova York, que condenou violações de direitos humanos no Irã. Essa foi a 9ª resolução anual sobre direitos humanos no Irã a ser votada na Assembléia Geral e a que teve a maior margem de aprovação: 89 votos a favor, 30 contrários e 64 abstenções, entre elas a do Brasil. Há uma década que a diplomacia brasileira se abstém nas votações de relatórios sobre a situação de direitos humanos no Irã no âmbito da ONU em Nova York. A única exceção ocorreu em 2003, no início do governo Lula, quando o Brasil votou a favor de uma resolução.

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