segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Protesto de judeus ultraortodoxos termina em violência em Israel

Judeus ultraortodoxos entraram em confronto na segunda-feira com policiais numa cidade dos arredores de Jerusalém, onde o governo tenta reprimir vigilantes religiosos acusados de assediarem mulheres. Um policial ficou ferido, e pelo menos quatro manifestantes vestidos de preto foram detidos em meio aos distúrbios motivados por uma reportagem de TV em que uma menina de oito anos se queixava de ter sido xingada por judeus ortodoxos a caminho da escola. "Nazistas, nazistas", gritavam os manifestantes religiosos na localidade de Beit Shemesh, dirigindo-se aos oficiais israelenses que os escoltavam para fora do local. Um porta-voz policial disse que as autoridades estão investigando as queixas de que alguns judeus ortodoxos teriam cuspido e falado de forma "desrespeitosa" com alunas de uma escola primária. Há suspeitas de que radicais religiosos intimidam mulheres que eles considerem "exibidas". Em que estes ignorantes intolerantes se diferenciam de árabes que imbecilizam suas mulheres? Equipes de TVs israelenses relataram agressões com pedradas em Beith Shemesh, onde homens ultraortodoxos se irritaram com a retirada de uma placa que orientava as mulheres a evitarem certas ruas. A polícia prometeu reforçar sua presença na cidade. A polêmica em Beith Shemesh ilustra a crescente divisão que existe em Israel entre os religiosos devotos e os judeus não-praticantes, que são a maioria da população. A poderosa influência dos partidos políticos ultraortodoxos de Israel exacerba essa tensão, embora os ortodoxos sejam apenas 10% da população. Em reunião ministerial no domingo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu avisou que não permitirá que judeus ortodoxos tentem impor segregações de gênero nos espaços públicos. "Numa democracia ocidental e liberal, o espaço público é aberto e seguro para todos, homens e mulheres, e não há lugar ali para nenhuma intimidação ou discriminação", disse ele.

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