sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

No Chile, Isabel Allende quer mais investigação sobre dia do golpe

A senadora socialista Isabel Allende, filha do ex-presidente chileno Salvador Allende, declarou nesta sexta-feira que, apesar de a Justiça ter encerrado a investigação sobre a morte de seu pai, o capítulo sobre o que ocorreu no dia do golpe militar chileno, que instituiu a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), "não se fecha". "O capítulo de La Moneda não se fecha, e por isso o ministro faz muito bem em transferir todos os registros que têm nexos com o que ocorreu em La Moneda, onde até o dia de hoje temos detidos desaparecidos", disse ela. Sobre o processo que confirmou que Allende se suicidou no dia do golpe, 11 de setembro de 1973, ela afirmou que, "com isso, deve-se encerrar esse capítulo no referente exclusivamente à circunstância da morte de meu pai". O corpo do ex-mandatário chileno foi exumado em 23 de maio deste ano e transportado para o Serviço Médico Legal, onde uma equipe internacional descartou a hipótese levantada por grupos de defesa dos direitos humanos sobre um possível assassinato. "Estamos totalmente tranquilos, a hipótese de assassinato é uma convicção que tínhamos, mas como sempre dissemos, uma coisa é nossa convicção pessoal, outra coisa é o que cientificamente fica determinado", observou a parlamentar. A revisão das circunstâncias da morte de Allende terminou em 19 de julho, quando o juiz responsável pelo caso, Mario Carroza, recebeu o resultado da análise, que concluiu que a causa da morte foi por uma "lesão perfurante da cabeça por projétil de arma de fogo de alta velocidade em contato", o que, na medicina legal, condiz com suicídio.

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