segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Mercadante, que maquiou o próprio currículo, está pronto para assumir o Ministério da Maquiagem

Do blog do jornalista Reinaldo Azevedo: Tudo indica que será mesmo Aloizio Mercadante o sucessor de Fernando Haddad no Ministério da Educação. É… Entre todas as pastas, a mais maquiada é, sem dúvida, a de Haddad. A multiplicação das universidades federais, na escala anunciada, já demonstrei aqui, é uma farsa. Haddad conseguiu desmoralizar o antigo provão, hoje chamado “Enade”, e o Enem. O desempenho do governo federal no ensino técnico é uma lástima, e houve uma brutal desaceleração no processo de ingresso de alunos no ensino médio. O que vai bem, à sua maneira, é a transferência de recursos públicos para as mantenedoras privadas por intermédio do Prouni. Haddad é aquele que deu sinal verde para a distribuição do chamado “kit gay”, aquele, sabem, que dizia que um adolescente bissexual tem “50% a mais de chance” de ter com quem “ficar” num fim de semana. O erro, como sabem, não é só de ética, mas também de matemática. O certo seria, se fosse, 100%… Mercadante, sob esse estrito ponto de vista, é um substituto à altura. Nestes dias em que voltam a ficar em evidência os quadrilheiros especializados em dossiês, cumpre lembrar o dos aloprados. O objetivo, também naquele caso — parece ser uma obsessão dessa gente — era destruir a reputação de José Serra, então adversário de Mercadante na disputa pelo governo de São Paulo, em 2006. Se a polícia não estivesse monitorando a canalha, o assunto teria sido noticiado como se verdade fosse, restando a Serra protagonizar o “outro lado”… O homem que levava a mala de dinheiro — R$ 1,7 milhão — era Hamilton Lacerda, braço-direito do atual ministro da Ciência e Tecnologia e futuro ministro da Educação. Ninguém foi punido. Ah, sim: Lacerda deixou o PT, mas já está de volta. Dilma gostou da atuação de Mercadante, especialmente na reta final da campanha de 2010. Ele foi um dos defensores da estratégia de endurecimento com a oposição, insistindo que era preciso advertir a população e os mercados (!!!) para o “risco” que representava a eventual eleição de Serra!!! Grande sujeito! Mercadante é aquele rapaz que conseguiu convencer Lula de que o Plano Real seria um desastre… Felizmente, Lula acreditou… Mercadante tem tudo para dar seqüência à obra maquiada de Haddad, até porque se tornou notável por maquiar o próprio currículo, não é mesmo? No dia 16 de agosto de 2006, eu o peguei no pulo. Cito trecho: No debate da TV Gazeta, aquele que ninguém viu - ou quase, o candidato do PT ao governo de São Paulo disse: ‘Fiz mestrado e doutorado em economia na Unicamp”. Ops! Não fez, não. Vai ter de mostrar o canudo. Mas, para mostrar, terá de fabricar um primeiro. Busquem lá as informações na universidade: ele até acompanhou algumas aulas do doutorado, mas foi desligado do programa. Vaidoso que é, até pode se considerar um doutor honorário - em economia ou no que quer que seja. Mas doutor em economia pela Unicamp, ah, isso ele não é. Esses petistas… Ou fazem a apologia da ignorância, como o Apedeuta-chefe, ou tentam exibir galardões intelectuais que não têm. Muito bem! A coisa ficou feia pra ele. Mas, em 2010, ele deu um jeito. Conseguiu apresentar a sua “tese de doutorado” no cartório da Unicamp. E, agora, é um falso doutor oficial. Por que escrevo assim? Rememoro. A sua “tese” versava sobre a economia no governo Lula. Huuummm… Tema amplo! Convidou para a banca Delfim Netto, João Manoel Cardozo de Mello, Luiz Carlos Bresser Pereira e Ricardo Abramovay. E deitou falação à vontade em defesa das conquistas do governo petista, em tom de comício, atacando, como não poderia deixar de ser, o governo Fernando Henrique Cardoso. Até os camaradas ficaram um tanto constrangidos e se viram obrigados a algumas ironias. Informou a Folha: Coube ao ex-ministro Delfim Netto, professor titular da USP, a tarefa de dar o primeiro freio à pregação petista. “Esse negócio de que o Fernando Henrique usou o Consenso de Washington… não usou coisa nenhuma!, disse, arrancando gargalhadas. “Ele sabia era que 30% dos problemas são insolúveis, e 70% o tempo resolve". Irônico, Delfim evocou o cenário internacional favorável para sustentar que o bolo lulista não cresceu apenas por vontade do presidente: “Com o Lula você exagera um pouco, mas é a sua função”, disse. “O nível do mar subiu e o navio subiu junto. De vez em quando, o governo pensa que foi ele quem elevou o nível do mar…” “O Lula teve uma sorte danada. Ele sabe, e isso não tira os seus méritos”, concordou João Manuel Cardoso de Mello (Unicamp), que reclamou de “barbeiragens no câmbio” e definiu o Fome Zero como “um desastre”. À medida que o doutorando rebatia as críticas, a discussão se afastava mais da metodologia da pesquisa, tornando-se um julgamento de prós e contras do governo. Só Luiz Carlos Bresser Pereira (USP) arriscou um reparo à falta de academicismo da tese: “Aloizio, você resolveu não discutir teoria…”. Ricardo Abramovay (USP) observou que o autor “exagera muito” ao comparar Lula aos antecessores. “Não vejo problema em ser um trabalho de combate”, disse: “Mas você acredita que o País estaria melhor se as telecomunicações não tivessem sido privatizadas?”

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