segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Governo tenta barrar depoimento de Fernando Pimentel no Senado

O Palácio do Planalto deflagrou estratégia para tentar esvaziar ao longo desta semana o caso envolvendo o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. A avaliação interna é que, se conseguir desidratar o episódio envolvendo as consultorias de Pimentel antes do recesso de fim de ano, o caso estará encerrado. O ministro recebeu R$ 2 milhões em consultoria antes do governo Dilma. A ordem do Planalto é barrar uma convocação do ministro para falar sobre caso no Senado. Para o governo, o risco de um depoimento é maior do que o desgaste para abafar uma convocação. Essa ação do governo tem o respaldo pessoal da presidente Dilma Rousseff. Segundo interlocutores, diferente dos outros episódios de queda de ministros, Dilma não emitiu sinais de substituição de Pimentel. Pelo contrário: a orientação é de que ele permanece na reforma ministerial. Mas já há o reconhecimento interno de que ele ficará enfraquecido politicamente. De forma reservada, ministros admitem que, apesar das explicações, as denúncias criaram forte desgaste na imagem de Pimentel. Nesta terça-feira, será votado o requerimento apresentado pelo líder do PSDB, senador Alvaro Dias, para convocação de Pimentel na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle. Mas, segundo um ministro, é melhor sofrer um pequeno desgaste para barrar a convocação, do que realimentar o noticiário com um depoimento considerado arriscado. O PT também reforça essa estratégia de esvaziar o caso, apesar do constrangimento dos aliados, que viram pela primeira vez a presidente Dilma mudar de idéia e blindar o ministro de sua cota pessoal. Para reforçar Pimentel internamente, Dilma tem dado demonstrações de apreço por ele e chegou a aconselhá-lo a resistir às acusações, algo que não fez com os ministros que caíram ao longo desse ano. Essa estratégia já incomoda os aliados, pois, até então, os ministros acusados de irregularidade eram pressionados pelo Planalto a prestar depoimento no Congresso.

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