sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Classe C consome apenas um terço da produção agrícola brasileira

Apenas um terço de toda produção agropecuária do Brasil é consumida pela classe C. A conclusão é de um estudo divulgado na quinta-feira pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). De acordo com a presidente da entidade, senadora Kátia Abreu (PSD-TO), o potencial de consumo da classe C não está sendo aproveitado. "A classe média, em tese, deveria representar metade do consumo agropecuário, já que ela representa metade da população. As políticas públicas precisam ser direcionadas para que essa classe se fortaleça e consuma em paz, sem endividamento", afirmou a senadora. Segundo ela, o Brasil tem potencial para aumentar a produção de carnes e grãos, porém isso tem que ser feito de forma planejada, em equilíbrio com a capacidade de consumo das famílias, especialmente da classe C, que é onde está "o grande potencial de consumo". A pesquisa separou a classe média brasileira em três subgrupos de acordo com critérios como renda, religião, preferências políticas e nível de escolaridade: a classe C tradicional (41%), a nova classe C+ (39%) e a nova classe C- (20%). A principal distinção observada entre os subgrupos do estudo é o nível de satisfação com a vida. Enquanto a tradicional e a C+ reportam sentimentos de esperança e alegria, a C-, com menor renda e menor escolaridade, permanece preocupada e decepcionada, segundo o estudo. A classe C- corresponde a 20% do segmento e é onde estão os principais problemas. A pesquisa mostra que essa classe ascendeu socialmente, mas ainda tem uma série de dificuldades, inclusive em termos profissionais. "Esse grupo é menos escolarizado e por isso aproveita menos as oportunidades criadas nos últimos anos. Eles precisam se habilitar", afirmou Kátia Abreu. O levantamento destacou também que, apesar do incremento do poder aquisitivo, os brasileiros de classe média continuam endividados (28% do total constam no cadastro de inadimplentes do SPC/Serasa e, desse total, 33% são da nova classe C-). As dificuldades financeiras, entretanto, não impedem que 46% dos entrevistados possuam cartão de crédito e consigam comprar bens de consumo antes inacessíveis. Entre os entrevistados, 40% já têm automóvel. A CNA ouviu 2.000 pessoas acima de 16 anos e com renda familiar mensal entre R$ 1.200,00 e R$ 5.200,00 reais (aproximadamente 2,5 a 9,5 salários mínimos). As entrevistas foram feitas entre os dias 16 e 24 de outubro.

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