quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Brasil tenta convencer Estados Unidos em novo acordo do clima

O Brasil foi escolhido pela presidente da COP-17 (17ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas), a chanceler sul-africana Maite Mashabane, para tentar dobrar a noiva mais cobiçada da conferência do clima de Durban: os Estados Unidos. O país integrará um pequeno grupo de nações "facilitadoras", tentando construir uma fórmula intermediária entre a posição americana e a do restante do mundo. Na quarta-feira, a dois dias do fim da COP, os representantes do Brasil, Luiz Figueiredo e André Corrêa do Lago, tiveram reuniões com o negociador americano, Todd Stern. Sem nada para oferecer em termos de compromissos de corte de emissões ou de dinheiro para o chamado Fundo Verde do Clima, os Estados Unidos têm tentado melar o que pode ser o resultado mais importante da conferência: a definição de um plano que leve o mundo a um acordo do clima com força de lei em 2020. Nesse novo pacto, todos os países teriam alguma meta de corte de gases-estufa. Stern tem dito que seu país não se opõe a um acordo legalmente vinculante, desde que em pé de igualdade com a China. Chineses e indianos não só não aceitam essa condição como também impõem as próprias. O ideal para os Estados Unidos é continuar conversando sobre o novo tratado, sem prazo. A União Européia, por sua vez, exige a definição do acordo como precondição para entregar aquilo que os países em desenvolvimento mais querem: um segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto, o tratado do clima que expira no ano que vem. O Brasil tem posição intermediária entre os gigantes emergentes e os americanos. Diplomatas têm dito que o país não se opõe ao acordo com força de lei e quer prazo definido para sua conclusão.

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