terça-feira, 15 de novembro de 2011

Setor financeiro possui mais da metade dos títulos do governo

Mais da metade do que a União deve está nas mãos do setor financeiro. Segundo o Tesouro Nacional, as instituições financeiras e os fundos de investimento detêm 56,6% da dívida em títulos do governo federal no mercado interno, o que equivale a quase R$ 1 trilhão. De acordo com o último relatório da dívida pública, a dívida mobiliária (em títulos) federal somava R$ 1,723 trilhão em setembro, dos quais R$ 976,28 bilhões estavam em poder do segmento financeiro. Desse total, R$ 524,85 bilhões (30,45%) pertenciam a bancos, corretoras e distribuidoras e R$ 451,43 bilhões (26,19%) estavam sob a posse de fundos de investimento (que também são de bancos). Em terceiro lugar entre os detentores da dívida mobiliária estão os planos de previdência aberta e fechada, com R$ 267,36 bilhões (15,51%). Neste caso, como quase todos os fundos são controlados pelo governo, a dívida do governo estaria em parte com o próprio governo. Os estrangeiros detinham insignificantes R$ 194,65 bilhões (11,29%). Por meio de fundos administrados pela União, como FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e o FSB (Fundo Soberano do Brasil), o governo federal possuía em setembro R$ 155,32 bilhões (9,01%). Apesar das iniciativas nos últimos anos, a proporção de pessoas físicas na dívida pública continua pequena. O estoque do Tesouro Direto, programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet, somou R$ 6,722 bilhões em setembro, o que corresponde a apenas 0,4% da dívida mobiliária interna. A predominância do setor financeiro entre os detentores dos títulos federais é estimulada pelos juros altos, que tornaram-se fonte de lucro fácil para os bancos e fundos de investimento. Essa postura dos bancos afeta o crédito, à medida que as instituições financeiras preferem comprar em títulos públicos a emprestarem dinheiro.

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