quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Polícia Federal investiga empresa controlada por prefeito de Belo Horizonte

Uma empresa controlada pelo prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), é investigada pela Polícia Federal por suposto envio ilegal de US$ 117 mil (cerca de R$ 500 mil, em valores atuais) a uma conta movimentada por doleiros em Nova York. Segundo a Polícia Federal, as remessas foram feitas em nome da Construtel Tecnologia e Serviços SA, sem comunicação às autoridades financeiras do País, entre 2001 e 2002. A investigação apura se houve crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Na época das remessas, diz a Polícia Federal, Lacerda era sócio majoritário, diretor-presidente e representante legal da empresa. Ele não ocupava cargos públicos. Hoje, a empresa é dirigida por Gabriel Nascimento de Lacerda, filho do prefeito. Márcio Lacerda, no entanto, é o principal acionista da Macunaíma Participações Ltda, que detém o controle da Construtel. Apesar de ser o representante legal da empresa à época, Lacerda foi excluído de responsabilidade direta no caso, em uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região do último dia 27 de outubro. Para o tribunal, não houve "comprovação objetiva" da responsabilidade de Lacerda nas remessas. Em 2002, a Construtel foi uma das principais doadoras da campanha de Ciro Gomes à Presidência da República, com uma contribuição de R$ 400 mil. Márcio Lacerda, que doou outros R$ 550 mil, era o responsável pelas finanças da campanha. A investigação contra a Construtel é um desdobramento da Operação Farol da Colina, de 2004, que descobriu um esquema de lavagem de dinheiro por meio de doleiros. Mais de 50 pessoas foram presas. Assim como no caso envolvendo a empresa de Lacerda, os dólares eram depositados em subcontas registradas com nomes de fantasia e vinculadas a uma "conta mãe", a Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York.

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