quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Novo leilão de fazendas da falida Boi Gordo arrecada R$ 26,5 milhões

Mais duas fazendas da massa falida da Reunidas Boi Gordo foram leiloadas na tarde desta quinta-feira, resultando na arrecadação de R$ 26,5 milhões para pagamento de credores. O valor representa um ágio médio de 60% sobre as avaliações das duas propriedades. Quando quebrou em 2004, a Boi Gordo deixou cerca de 30 mil credores e dívidas estimadas, na época, em R$ 2,2 bilhões. O leilão ocorreu na Casa de Portugal, em São Paulo, e foi bastante disputado. A primeira fazenda vendida foi a Vale do Sol, com área de 518 hectares, localizada em Salto do Céu (MT). Ela estava avaliada em R$ 1,370 milhão, mas foi arrematada por R$ 1,5 milhão após 12 lances. Em seguida, foi leiloada a fazenda Realeza, de Itapetininga (SP). A propriedade, com 640 hectares, era a sede da Boi Gordo e uma das principais vitrines do grupo para captação de novos clientes. Avaliada inicialmente em R$ 15,199 milhões, a fazenda foi arrematada após uma disputa de 54 lances, pelo valor final de R$ 25 milhões, uma valorização de 64%. Há duas semanas, a massa falida da Boi Gordo já havia vendido judicialmente outras duas propriedades localizadas em Mato Grosso. Os leilões, na ocasião, arrecadaram R$ 3,81 milhões, com ágio médio de 75%. Fundada em 1988, a Boi Gordo oferecia a investidores aplicação em animais que, depois de engordados e vendidos, renderiam lucros de até 42% no período de 18 meses, muito acima de outros investimentos na época. A empresa teve seu pico de sucesso no final dos anos 1990, quando os investimentos em boi eram divulgados em horário nobre, nos intervalos da novela global "O Rei do Gado". O problema é que a empresa passou a operar em esquema de pirâmide, em que os últimos investidores remuneravam os primeiros. Quando quebrou, o grupo tinha no pasto 10% de cabeças de gado que deveria ter na proporção de dinheiro recebido.

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