sábado, 26 de novembro de 2011

Dinossauro encontrado no Rio Grande do Sul é um dos mais primitivos do mundo

Os sucessores do bicho viraram os maiores vertebrados terrestres de todos os tempos, gigantes pescoçudos e comedores de plantas. Ele, porém, não era nada disso: velocista esbelto, media pouco mais de 1 metro do focinho à ponta da cauda e devorava insetos. A criatura em questão é o Pampadromaeus barberenai, um dos dinossauros mais primitivos do mundo, com 230 milhões de anos. Como o nome sugere, o animal corria pelo interior do Rio Grande do Sul no período Triássico. A espécie foi apresentada ao público na última quinta-feira, pelos seus descobridores, na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas (RS). O achado premia a persistência de Sergio Cabreira, paleontólogo da Ulbra e um dos principais caçadores de fósseis da região Sul. Achado no município de Agudo, o esqueleto estava desarticulado (ou seja, com os ossos já espalhados) e incompleto, mas suficientemente preservado para trazer muitas informações a respeito do bicho. Outro membro da equipe, Max Langer, especialista em dinos primitivos da USP de Ribeirão Preto, explica que o Pampadromaeus barberenai é um estranho no ninho quando comparado aos dinossauros com quem tem parentesco mais próximo, os saurópodes. Esses bichos, como já foi dito, eram herbívoros por excelência. Mas o "novo" dinossauro gaúcho tem detalhes do maxilar e dos dentes que lembram os de carnívoros. "Eu não consigo imaginar que tipo de vegetal ele comeria, porque os dentes são muito delicados. A dieta dele estaria mais para insetos e pequenos vertebrados", afirma. Já a canela comprida sugere hábitos de corredor. Na descrição formal da espécie, publicada na revista alemã "Naturwissenschaften", os paleontólogos traçaram árvores genealógicas dos dinossauros primitivos. Nelas, o Pampadromaeus parece se encaixar muito perto da origem dos saurópodes.

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