domingo, 6 de novembro de 2011

Deputado petista mensaleiro retira de votação proposta que anistia cassados pelo Mensalão do PT

O projeto que concede anistia aos deputados federais cassados sob acusação de participar do escândalo do Mensalão do PT foi retirado da pauta de votações dos próximos dias. O presidente da principal comissão da Câmara, o deputado federal petista João Paulo Cunha (PT-SP), alegou que havia colocado o assunto na lista dos que seriam votados por um "equívoco". O petista João Paulo Cunha é um dos mais vistosos "mensaleiros", ele é réu na ação criminal (AP 470) no Supremo Tribunal Federal no processo que julga o caso do Mensalão do PT, mas foi absolvido pelos seus colegas na Câmara dos Deputados no processo de cassação de mandato. O ex-ministro chefe da Casa Civil, o petista mensaleiro José Dirceu ("chefe da quadrilha dos 40", conforme a denúncia do procurador-geral da República), cassado por corrupção, mais Roberto Jefferson e Pedro Corrêa, foram os três cassados. O projeto tem o objetivo de beneficiá-los. Autor da proposta, o ex-deputado Ernandes Amorim, do mesmo partido de Roberto Jefferson, alega na justificativa do texto que os três não poderiam responder em nome de todos os outros envolvidos no esquema. Caso a proposta fosse aprovada, todos poderiam se candidatar. Com a cassação, em 2005, eles perderam seus direitos políticos por oito anos. O mensaleiro petista João Paulo Cunha, que comanda a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e é o responsável por determinar o que vai ser votado, explica que o projeto entrou na pauta apenas porque tramita em conjunto com um outro texto, de autoria do deputado federal Neilton Mulim (PP-RJ), que propõe exatamente o contrário: a impossibilidade de anistia para os cassados.

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