terça-feira, 29 de novembro de 2011

Após invasões, polícia expulsa estudantes de embaixada britânica no Irã

Após invadirem por três vezes a Embaixada do Reino Unido em Teerã nesta terça-feira, estudantes foram forçados pela polícia a deixar o local em meio aos protestos contra as novas sanções ao governo nazista islâmico do Irã aprovadas por Londres. O chanceler britânico, William Hague, disse que o ataque é inaceitável e que o país enfrentará sérias consequências. Segundo vários meios de comunicação iranianos, a situação na área da embaixada britânica, situada no norte da capital iraniana, se normalizou por volta das 20h15 locais (14h45 de Brasília), quando os agentes investiram contra os estudantes, que haviam iniciado sua concentração em frente à representação diplomática às 14 horas (8h30 de Brasília). A agência de notícias semioficial iraniana Fars disse que o vice-chefe da polícia de Teerã, o general Ahmad Reza Radan, ordenou a ação após dar um ultimato aos manifestantes. A agência diz ainda que todos os diplomatas e funcionários da delegação, que chegaram a ser mantidos como reféns, foram libertados. Radan deu luz verde aos agentes que entraram em choque com os estudantes e os dispersaram usando bombas de gás lacrimogêneo. O grupo que conseguiu invadir o local se desprendeu dos milhares que protestavam em frente à embaixada. Uma segunda propriedade consular britânica invadida também foi esvaziada, disse Radan. O Reino Unido tinha feito um pedido ao Irã para que tomasse medidas urgentes para controlar a situação na embaixada, depois de receber informações de que manifestantes invadiram dois complexos da missão britânica na capital iraniana. "Autoridades falaram com o iraniano encarregado (um diplomata) em Londres para pedir às autoridades iranianas que tomem medidas urgentes para garantir que a situação seja controlada, e para que protejam nosso complexo diplomático, como são obrigados a fazer segundo a lei internacional", disse o Departamento de Relações Exteriores britânico em comunicado. Segundo relatos, o grupo composto em sua maioria por militantes estudantis, retiraram a bandeira britânica da haste, colocaram fogo nela e subiram a bandeira nacional do Irã no lugar. Os manifestantes, que protestavam contra as sanções de Londres a Teerã por seu programa nuclear, também quebraram as janelas com pedras e queimaram bandeiras britânicas e israelenses, segundo imagens exibidas ao vivo pela televisão. O protesto ocorre após o Irã aprovar a redução dos laços diplomáticos com o Reino Unido para o nível mínimo em resposta às novas sanções impostas pelos europeus. Os protestos pediam que o embaixador britânico fosse mandado de volta a sua terra natal imediatamente. A agência de notícias semi-oficial Mehr afirmou que documentos diplomáticos eram atirados pelas janelas e queimados. Segundo a agência, o pessoal da embaixada deixou o prédio por uma porta traseira. O Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido disse que se sentia "ultrajado" pelas ações e pediu às autoridades iranianas que honrassem os compromissos internacionais de proteger as missões diplomáticas e seus funcionários. O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta terça-feira a invasão por manifestantes de dois complexos da Embaixada britânica em Teerã, e pediu que as autoridades iranianas "protejam os diplomatas". A nota foi aprovada por unanimidade pelos 15 países-membros do conselho, inclusive a Rússia e a China. A União Européia também condenou o ataque à embaixada. A porta-voz da chefe de política externa da União Européia, Catherine Ashton, disse que a ação foi "uma incursão totalmente inaceitável". "É com muita preocupação que soubemos que as premissas da Embaixada do Reino Unido em Teerã foram desrespeitadas pelos manifestantes", disse a porta-voz de Ashton, Maja Kocijancic.

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