segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ameaça de recessão transfere pressão do Banco Central para a Fazenda

O corte mais acelerado dos juros no segundo semestre deste ano transferiu do Banco Central para o Ministério da Fazenda o foco de tensão na área econômica. Até há pouco tempo, as críticas e pressões eram primeiramente endereçadas aos diretores do Banco Central, são eles que têm o poder de definir o rumo dos juros no País, principal instrumento de política monetária e de mais fácil percepção no bolso do cidadão. Com a taxa em queda desde o final de agosto, as expectativas voltaram-se para a Fazenda. Isso porque cabe ao ministro Guido Mantega e à sua equipe a responsabilidade de criar o ambiente econômico para garantir que os juros continuem caindo, caso o crescimento da economia despenque no ano que vem. Para combinar juros em queda com inflação sob controle, é preciso que outras variáveis sejam ajustadas pelo governo. O controle das contas públicas é a primeira e mais importante delas. A presidente Dilma tem sinalizado que está determinada a manter uma economia grande o suficiente para que as despesas estejam controladas e não sirvam de combustível para inflação. Neste ano, graças ao aumento da arrecadação, o ajuste parece garantido. O mercado, porém, tem dúvidas sobre o futuro das contas públicas no próximo ano. Analistas questionam se a economia irá crescer em 2012 o suficiente para o governo manter sua receita em alta em um período em que as despesas tendem a ser mais elevadas do que neste ano. Afinal, o governo já contratou um aumento significativo dos gastos públicos por conta do reajuste do salário mínimo na casa dos 14%, além das desonerações de impostos já decididas.

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