terça-feira, 11 de outubro de 2011

PT usa Polícia Legislativa como polícia política

Desde o episódio do caseiro Francenildo, os brasileiros sabem como o PT trata os humildes e os simples se eles estiverem do “lado errado” ou, eventualmente, não cumprirem os nobres propósitos da classe operária, que são aqueles decididos pelo partido, é claro. Diante disso, o PPS ingressou nesta segunda-feira com uma representação na Corregedoria da Câmara para pedir que o órgão apure a denúncia de que o presidente da Casa, deputado federal Marco Maia (PT-RS), ordenou que a Polícia Legislativa inquirisse, ao arrepio da lei, um sem-terra, um lavador de carros e um segurança que denunciaram um esquema de compra de votos comandado pelo seu colega de partido, o deputado federal Roberto Policarpo (PT-DF). A história está narrada em detalhes em reportagem de Hugo Marques, na revista Veja desta semana. Francisco Manoel, o sem-terra; Edmilson Almeida Lopes, o lavador de carros, e Paulo Batista dos Santos, o vigilante, trabalharam nas eleições passadas como cabos eleitorais de Policarpo. No dia da eleição, a Polícia Federal interceptou um ônibus dirigido por Francisco que conduzia 39 trabalhadores rurais para votar no petista, o que é contra a lei. O sem-terra livrou a cara do deputado, inventou uma história e tal, mas a Polícia Federal não acreditou e abriu inquérito mesmo assim. No mês passado, os três revelaram à reportagem da revista Veja que Policarpo lhes pagara R$ 4 mil para que montassem o esquema do ônibus. Se comprovada a denúncia, isso pode resultar em perda de mandato. Deixaram claro que só estavam contando o que de fato havia ocorrido porque o deputado não arrumou alguns empregos que prometera e porque não lhes arranjara advogados para defendê-los na investigação. O que fez o petista? Acusou os três de chantagem. Não recorreu ao Ministério Público ou à própria Polícia Federal. Foi procurar a Polícia Legislativa, subordinada a seu companheirão Marco Maia, que teve a audácia de, em uma ilegalidade escancarada, interrogar os três na condição de “suspeitos”. Com mais de 500 agentes, essa força tem a função de proteger o patrimônio do Congresso e garantir a segurança dos parlamentares. E só isso. Mas já foi usada antes para fazer trabalho sujo. Quando presidente da Câmara, o notório Renan Calheiros (PMDB-AL) a mobilizou para espionar alguns desafetos seus. O episódio envolvendo o deputado Policarpo , sob o patrocínio do presidente da Câmara, é muito grave. Trata-se de um caso clássico de abuso de autoridade, intimidação e desvio de função. E os petistas evidenciam, mais uma vez, o tratamento que costumam dar ao povo quando ele não se comporta bem… Lênin mandava passar fogo. Policarpo e Maia adaptam aquelas mesmas ordens ao que é possível hoje em dia.

Um comentário:

Anônimo disse...

O artigo é oportuno e revelador. O PT já vem mostrando a bastante tempo que entrou no jogo pesado e sujo das "negociações" políticas. Como está no poder, acha que tudo pode. Nivelou com o que antes combatia e decepcionou a todos (partidários e não partidários e geral). Agora, estabelecer uma relação com Lênin
não tem nada a ver. É no mínimo um constrangimento...