segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Falta de assistência a mulher grávida no Rio Grande do Sul é mais do que revoltante

Elisiane San Martins, de 34 anos, está lutando contra a morte. Ela precisou viajar por sete horas, percorrendo cerca de 530 quilômetros, para alcançar um leito onde realizar o seu parto. Agora está internada em estado grave no hospital municipal de Novo Hamburgo junto, com os gêmeos Guilherme e Gustavo, que nasceram no domingo. A mãe e os bebês apresentam um quadro de infecção. "Quando chegamos ao hospital municipal de Novo Hamburgo, o médico foi bem sincero, disse que havia a possibilidade de nenhum dos três sobreviverem", disse a mãe de Elisiane, Neiva Ledoci dos Santos, de 57 anos, que aguarda junto com o marido e o genro por notícias da mãe e dos bebês. Segundo a equipe médica do hospital, os três permanecem em estado grave, mas o quadro de saúde da mãe é mais delicado que o dos recém-nascidos. Elisiane viajou de Santa Vitória do Palmar - pasemem - até Novo Hamburgo, devido à falta de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais na região. Elisiane aguardou por vaga em um hospital durante três dias, desde o momento em que sua bolsa rompeu, na última quinta-feira, até receber a confirmação de que poderia se dirigir para Novo Hamburgo. O caso de Elisiane é mais uma comprovação do estado calamitoso da saúde no Rio Grande do Sul. Deixar uma mãe sem atendimento, por três dias, após o rompimento de sua bolsa, é algo inacreditável. É algo para bárbaros. É nisso que se transformou o Estado do Rio Grande do Sul. E ainda mais bárbaro porque tem uma população que não reage, vira o rosto para o lado e faz de conta que não viu, não ouviu, não sentiu.

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