quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Economistas esperam nova redução na taxa de juros

A expectativa dos analistas é que, na próxima semana, o Copom (Comitê de Política Monetária) faça uma nova redução da taxa básica de juros, a Selic. O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega acredita que o Banco Central fará mais dois cortes de 0,50 ponto percentual na taxa, fechando o ano em 11,5% ao ano. Para ele, o Banco Central abriu mão de sua autonomia e está se "submetendo" aos desejos do Planalto. "A presidente Dilma Rousseff parece que quer a taxa de juros em 9% ao ano. O Banco Central está dando sinais de que vai se submeter a esse desejo", afirmou Nóbrega em seminário em São Paulo. Para o ex-ministro, o Banco Central está reduzindo os juros baseando-se em um cenário internacional de "catástrofe". "Eu duvido que o Banco Central esteja certo. E se a inflação cair será por razões que nada têm a ver com a nova política de juros adotada pelo Banco Central", disse ele. Segundo Nóbrega, o governo tenta resolver problemas estruturais, como a elevada taxa de juros no País, com uma "guinada na política monetária", o que na sua opinião não seria o correto. "Será que todos os economistas que passaram pelo Banco Central não conheciam a realidade brasileira? Por que não agiram para reduzir os juros? Este tema é muito complexo", afirmou Nóbrega. O ex-ministro também não poupou críticas ao que chamou que intervencionismo no câmbio. Na sua avaliação, o real desvalorizou-se mais do que as demais moedas em relação ao dólar por conta da atuação do governo neste mercado. O governo aplicou IOF em operações com a moeda americana e estipulou margens mais elevadas para os que investissem no mercado de câmbio futuro. Até então, quem definia as margens para esses negócios, que funcionam como uam espécie de garantia, era a BM&F. "Isso é um AI-5 na economia", afirmou o ex-ministro.

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