quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Dilma visita Angola, principal destino de investimentos brasileiros

A presidente Dilma Rousseff visita nesta quinta-feira Angola, um dos países considerados mais estratégicos para os interesses da iniciativa privada brasileira na África. Segundo estimativas da Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola, o estoque de investimentos do Brasil no país soma US$ 4 bilhões (R$ 7 bilhões). É o país que recebe o maior volume de investimentos brasileiros na África. O Itamaraty considera que o fato de Dilma visitar Angola no seu primeiro giro pela África é uma demonstração da importância da relação entre os dois países. Apesar de os investimentos brasileiros serem majoritariamente privados, grande parte das oportunidades do negócio estão concentradas no governo de Angola, uma ditadura comunista extremamente corrupta. As empresas brasileiras mais atuantes no país africano são a Petrobrás, a Vale e as construtoras Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Atualmente, a Odebrecht é a maior empregadora privada de Angola, com 17 mil funcionários. Além da construção civil, a empresa também opera em áreas que vão de coleta de lixo a plantações para biocombustíveis. Um de seus projetos é a construção de uma rede de supermercados chamada Super Nosso, em que 50% dos produtos serão de origem brasileira. "O que destaca a presença brasileira em Angola não é só a quantidade, mas sim a diversidade", disse Marcelo Odebrecht, presidente da empresa. Ele estima que mais de 2 mil empresários brasileiros trabalham no país em diversos ramos, como restaurantes, hotéis e outros médios e pequenos negócios. A Camargo Corrêa, um dos maiores conglomerados privados do Brasil, está instalando uma fábrica de cimento, com valor estimado em US$ 200 milhões. A empresa também manifestou o interesse em explorar o potencial hidrelétrico do rio Cunene. A Petrobras é outra empresa com grande interesse em Angola, cuja economia é baseada na riqueza em petróleo. Em 2009, petróleo representou 58% do PIB angolano. A empresa brasileira atua como sócia não-operadora, mas em 2008, fez um acordo com o governo de Angola para assumir a operação de três blocos de extração, o primeiro deles previsto para entrar em funcionamento ainda neste ano. Nos últimos dias também foi descoberto que empresários do agreste pernambucano exportam para Angola lixo hospitalar americano, como lençóis, fronhas, jalecos e toalhas, manchados e infectados, que são usados nos hospitais de lá.

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