terça-feira, 27 de setembro de 2011

Recuo de Juliana Brizola e aliados fortalece Fortunatti no PDT

A deputada estadual gaúcha Juliana Brizola (PDT) deu neste início de semana um retrato de sua verdadeira dimensão política, ao retirar sua candidatura para a presidência do partido em Porto Alegre. A alegação é de que não dava para manter a candidatura já que regras da eleição haviam sido alteradas, como o prazo final de inscrição de novos filiados. E também porque a direção da comissão eleitoral havia sido entregue justamente para seu maior inimigo, o vereador Mauro Zacher. A eleição está marcada para o próximo dia 2 de outubro. Nem de longe Juliana Brizola relembra a combatividade de seu avô, o legendário ex-governador Leonel Brizola. A sua atitude, retirando a candidatura, demonstra que sua dimensão política é muito menor do que os adversários haviam imaginado, impressionados pelas votações que ela recebeu em suas duas primeiras eleições, para vereadora em Porto Alegre e, menos de dois anos depois, deputada estadual. Também é muito menor do que ela própria imaginara, e transmitia a seus interlocutores. Muitas vezes a deputada e seus seguidores asseguraram que tinham maioria dos delegados das zonas do partido em Porto Alegre. Pior do que isso: ela se retirou da arena sem ganhar nada, e sem dar satisfação a ninguém no mundo político do seu partido e de todo o Rio Grande do Sul. Ela deveria saber que direções partidárias manipulam as eleições em suas siglas, e deveria ter se preparado para esta hipótese. Ela também deveria saber que ninguém está obrigado a ganhar todas as lutas, mas que não deve abandonar o ringue. Perder é da vida e da política. Se perdesse, mas levasse junto com ela um naco importante de controle do partido, então teria respeito. Agora ficou com o quê? Ela permite, com sua decisão, que se acentuem as desconfianças de que está de malas prontas para sair do partido e entrar no PT. Este partido estaria então conseguindo a suprema vitória contra o trabalhismo e o brizolismo. O que não conseguiram com o pai de Juliana Brizola, conseguiriam agora com a própria. Juliana também perderá muitos votos entre trabalhistas que não aceitarão a sua falta de combatividade. Quais as consequências mais imediatas de sua decisão? São estas: 1) Juliana Brizola e seus aliados (Alceu Collares, Afonso Mota, Kalil Sehbe, Claudio Janta, Enio Bacci) ficam fora da disputa pelo comando estadual, na eleição marcada para o dia 6 de novembro, na qual o atual presidente Bolzan Júnior será reeleito sem problema; 2) O PDT resulta "pacificado" e fechadíssimo em Porto Alegre com a candidatura à reeleição de José Fortunatti, que emerge como o grande nome do partido no Rio Grande do Sul. O irmão de Juliana Brizola já está na Câmara dos Deputados exclusivamente pela vontade da presidente Dilma (que vingança para ela, que foi chamada por Leonel Brizola de "traidora" por um prato de lentilhas, quando saiu do partido), e agora ela caminha na mesma direção.

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