domingo, 4 de setembro de 2011

Obra que irrigaria sertão da Bahia está parada há mais de dez anos

Uma vala de três metros de profundidade e dez metros de largura esconde, ao longo de 1,2 km do sertão baiano, mais do que pedras, arbustos espinhosos e um ou outro cabrito perdido. Hoje, serve de símbolo da corrupção. A obra está abandonada há mais de dez anos por um leque de 27 irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas da União. Não fosse por elas, a vala seria um canal revestido de concreto, que levaria sertão adentro água da represa de Sobradinho, o maior lago artificial da América Latina. A construção de Sobradinho foi suspensa em 2001, após a descoberta de indícios de superfaturamento e pagamentos por serviços não prestados, entre outros problemas. O projeto era construir um canal de concreto com 15 quilômetros de extensão. A água permitiria irrigar o equivalente a 4.081 campos de futebol, beneficiando 3.000 famílias. O Ministério do Meio Ambiente firmou o convênio com a prefeitura de Sobradinho em 1995. O município contratou a construtora Gautama. Há dois anos, a Controladoria-Geral da União cobrou de dois ex-prefeitos a devolução de R$ 64 milhões.

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