domingo, 4 de setembro de 2011

O caricato congresso nacional do PT, feito para incensar Lula, José Dirceu e Delúbio Soares, e dar pau na imprensa

O PT transformou a abertura de seu 4º Congresso Nacional, na sexta-feira, em um ato de desagravo ao ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), principal réu do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal. Ele foi mais aplaudido que o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff no evento, que reuniu cerca de 2.000 petistas em Brasília. Lula e Dilma fizeram referências a José Dirceu e criticaram a imprensa. As referências ao mensaleiro foram o meio acertado para que o congresso petista desistisse da intenção de aprovar uma moção de desagravo ao deputado federal petista cassado por corrupção. Lula aproveitou a oportunidade para dizer que sua sucessora governará por oito anos, o que é o sinal mais evidente de que ele deseja o cargo de volta em 2014. O desagravo ao mensaleiro José Dirceu ocorreu uma semana após a revista "Veja" acusá-lo de montar um "gabinete paralelo" e conspirar pela queda do ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil). Lula saiu em defesa do aliado e reclamou de reportagem do jornal Folha de S. Paulo que revelou a articulação de um desagravo a ele. "Eu li num jornal esses dias que ia ter a nota de apoio ao Zé Dirceu, com meu aval. Ninguém pediu aval a mim. Portanto, o jornal mentiu", disse ele. "Mas já que ele Dirceu está aqui agora, tem o meu aval a nota". O ex-presidente disse ainda que o PT é "muitas vezes achincalhado por determinados setores da mídia". A tarefa de propor a menção coube ao presidente da pelêga CUT, Artur Henrique. Ele pediu "moção de repúdio pelo crime cometido por uma famosa revista brasileira contra o companheiro José Dirceu e contra a livre imprensa neste País". Dilma foi aplaudida ao citar Dirceu no discurso. Enquanto saudava os presentes, o nome do ex-ministro foi gritado pela platéia. "Em nome de todos os ex-presidentes do PT, eu cumprimento o ex-ministro José Dirceu", disse ela. O presidente do PT, Rui Falcão, se disse a favor de um marco regulatório para "democratizar a mídia": "O jornalismo marrom de certos veículos deve ser responsabilizado toda vez que falsear ou distorcer fatos para caluniar, injuriar ou difamar. O domínio midiático por alguns grupos econômicos tolhe a democracia". O clima era de um congresso em Nuremberg. Sobre o tom do encontro, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria da Presidência) disse que "foi um desagravo necessário porque houve uma injustiça a José Dirceu". O próprio José Dirceu não falou, mas permaneceu atrás de Lula e Dilma no palanque, aparecendo entre os dois em fotos e na TV, de maneira deliberada, para dar ênfase ao que acontecia no congresso petista. O PT aprovou neste sábado o texto básico da resolução política de seu 4º Congresso. Como era de esperar, o texto faz críticas à mídia e defende que o partido lance candidato próprio à prefeitura das principais capitais em 2012. O documento foi aprovado com 98% dos votos. O comando do PT elaborou documento em que ataca a imprensa e defende o controle da mídia no Brasil. No texto, o PT defende o fim da propriedade cruzada em veículos de comunicação, a “democratização” da mídia e a “quebra do monopólio”. A resolução diz que a falta de um marco regulatório e a concentração do domínio midiático “tolhem a democracia”, “silenciam” e "marginalizam”, “criando um clima de imposição de uma versão única no País”. Petistas que não quiseram se identificar asseguram que José Dirceu pressionou o quanto pôde o comando do partido para que a crítica “à mídia” fosse um dos pontos centrais do documento do 4º Congresso. O presidente do PT, Rui Falcão, usou o 4º Congresso do partido, em Brasília, como tribuna para criticar o tratamento da mídia aos escândalos de corrupção no governo Dilma Rousseff. Ao chegar ao encontro na sexta-feira, ele condenou o uso do termo "faxina" no noticiário sobre a demissão de ministros e servidores suspeitos de irregularidades. O petista disse que o governo combate a corrupção por conta própria, sem ser pautado pela imprensa.

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