sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Netanyahu diz na ONU que Israel quer a paz e está aberto a diálogo

Pouco depois do discurso do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, na Assembléia Geral da ONU, foi a vez do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, falar. O premiê israelense iniciou sua fala afirmando que está aberto ao diálogo e busca a paz. "Estendo minha mão ao povo palestino, com quem buscamos uma paz duradoura e longa", disse. Ele ressaltou, porém, que um acordo não poderá ser alcançado por meio de resoluções das Nações Unidas, mas somente por meio das negociações, que os líderes palestinos, segundo ele, não estão dispostos a fazer. Netanyahu ressaltou que "Israel quer viver em paz desde sua fundação". O premiê afirmou que Israel sofre retaliação na ONU desde que se decretou seu nascimento, há 63 anos: "Isso acontece apesar de sermos a única democracia real no Oriente Médio". Ele contou que um rabino lhe disse há alguns anos que "a ONU é uma casa de muitas mentiras": "Mas, às vezes, em lugares como esse, uma vela acessa já basta para iluminar com a verdade. Eu não venho aqui para receber aplausos, venho para dizer a verdade, nós queremos a paz. Os riscos de segurança em Israel devem se dissipar com um acordo de paz com os palestinos antes que eles consigam sua independência. Quando houver paz, seremos o primeiro país a reconhecer a Palestina como Estado independente aqui". Respondendo às acusações de Abbas, de que o governo de Israel não quer negociar, o premiê israelense disse que os palestinos são quem coloca obstáculo ao diálogo. Netanyahu afirmou que seu país não representa um inimigo e se alinha com o Ocidente: "As forças malignas de hoje são as do radicalismo islamista". Sobre os assentamentos, duramente criticados por Abbas, Netanyahu afirmou que não é o fim de tal política que vai levar à paz: "Há uma teoria que diz que se saímos dos assentamentos, a paz chegará. Saímos do sul do Líbano e de Gaza. O que aconteceu? Os moderados não ganharam dos radicais, foram os radicais que devoraram os moderados". De fato, os terroristas do Hizbollah plantaram suas raízes no sul do Líbano, e os terroristas do Hamas tomaram conta de Gaza. Netanyahu defendeu a ocupação dos territórios de 1967 como imprescindíveis para manter a segurança por ser uma zona de contenção contra vizinhos agressivos e disse que não voltará às fronteiras anteriores a esse ano. "As pessoas nos acusam de converter Jerusalém em uma cidade judia, mas isso é como acusar os americanos de americanizar Washington ou aos britânicos de transformar Londres em uma cidade britânica": "É nossa terra prometida. É hora dos palestinos reconhecerem o que os líderes internacionais já reconheceram, Israel é um Estado judeu. Presidente Abbas, reconheça isso. Faça a paz com o Estado de Israel, o dos judeus". Um representante do governo israelense classificou nesta sexta-feira como "decepção absoluta" o discurso de Abbas na Assembleia Geral da ONU, na qual pediu o reconhecimento da Palestina como Estado. "É um discurso que não oferece nada, só contém demonização de Israel, nem programa, nem plano, nem projeto, além de estar acompanhado de algumas mentiras históricas totalmente inaceitáveis".

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