domingo, 25 de setembro de 2011

Governo Dilma amplia a capacidade dos aeroportos na base da canetada

No que diz respeito à gestão, o governo Dilma é mesmo um espanto. Dia desses, a ministra Miriam Belchior (Planejamento) revelou como pretende resolver o problema da falta de obras de mobilidade urbana: decretando feriado. Estupendo! Agora, o governo decidiu dar uma “canetada” nos 13 aeroportos da Copa. Segundo o plano original, as obras elevariam a sua capacidade para 150 milhões de passageiros/ano. Sem qualquer reestruturação no plano ou promessa de mais investimento, a Infraero decretou que, na verdade, a capacidade será de 256,8 milhões de passageiros/ano. Ou seja: bastou pegar a caneta para que, do nada, essa capacidade crescesse 106 milhões de passageiros/ano. Em suma: resolveu a deficiência de infra-estrutura mudando os números do papelório. Nunca antes na história destepaiz… Sem qualquer alteração no plano de investimentos para a Copa, os aeroportos ganharam uma capacidade adicional de 100 milhões de passageiros/ano. A ampliação ocorreu porque a Infraero, estatal que administra os aeroportos, alterou a metodologia usada para calcular a capacidade da infraestrutura. Pelas contas originais, a capacidade dos 13 aeroportos estratégicos para a Copa (12 cidades-sede mais Campinas) subiria para quase 150 milhões de passageiros/ano com os investimentos de R$ 6,4 bilhões previstos até 2014. Aplicada a nova metodologia, que leva em conta avanços tecnológicos e a mudança no perfil dos usuários, as mesmas obras agora elevarão a capacidade para 256,8 milhões de passageiros/ano. Isso dá uma folga de 41% no sistema, considerando uma estimativa de demanda de 152,6 milhões de passageiros em 2014. Com essa margem, os aeroportos poderiam aguentar de cinco a dez anos além da Copa sem grandes investimentos, dizem especialistas. A IATA, associação internacional de empresas aéreas, recomenda folga de capacidade de ao menos 20%. O especialista em transporte aéreo e professor da Coppe/UFRJ, Elton Fernandes, ironizou a mudança de metodologia: “Com uma canetada, todos os problemas do setor acabaram”.

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