segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Câmbio pode afetar balanço da Petrobras

A alta do dólar frente ao real pode afetar o resultado da Petrobras no terceiro trimestre, mas no médio e no longo prazos não causará prejuízo à companhia, afirmou o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa. Se a moeda norte-americana mantiver a valorização alcançada nas últimas semanas, a dívida de curto prazo da petroleira deverá ser impactada. "Dependendo de quem é o contratante da dívida, teremos efeito sobre o balanço, mas é um efeito de curto prazo", afirmou ele. Até esta segunda-feira, o dólar acumula valorização no mês de cerca de 14% frente ao real. "Como no segundo trimestre nós apresentamos um ganho financeiro com variação cambial, quando o real se valorizou, agora se o câmbio continuar no nível em que está hoje, no final do mês terei que reportar uma perda", acrescentou o diretor da Petrobras. No segundo trimestre deste ano, a petroleira obteve lucro recorde de R$ 10,9 bilhões, 32% maior que no mesmo período de 2010. Barbassa ponderou que a maior parte da dívida da Petrobras é de longo prazo, o que dilui o impacto do dólar. "Temos um prazo médio em torno de sete anos, então a dívida está casada perfeitamente com as reservas de petróleo que a empresa possui, ou seja, temos dívida em dólar, mas produzimos em dólares; temos um hedge natural", disse ele. "Temos muito mais reservas de petróleo do que dívidas", acrescentou Barbassa. A estatal relatou em seu último relatório, referente ao segundo trimestre, endividamento de 68 bilhões de reais, dos quais a maior parte estava indexada ao dólar. A empresa tem hedge em mais de 50% das operações. As reservas provadas de petróleo da Petrobras são da ordem de 16 bilhões de barris, mas deverão triplicar com o desenvolvimento das descobertas do pré-sal da bacia de Santos.

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