segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Banco Central agiu precipitadamente ao cortar taxa de juros, diz economista keynesiano

O diretor da AKB (Associação Keynesiana Brasileira) José Luis da Costa Oreiro disse nesta segunda-feira que o Banco Central agiu precipitadamente ao cortar a taxa de juros no dia 31 de agosto, de 12,5% para 12%.Na sua opinião, o Banco Central supervalorizou o discurso do Ministério da Fazenda de que aumentaria o superavit primário do governo brasileiro, reduzindo o crescimento dos gastos públicos. Os keynesianos tradicionalmente defendem cortes de juros. Segundo Oreiro, no entanto, não havia condições macroeconômicas no momento para reduzir a taxa. Além de dizer que política fiscal continua expansionista, ele destacou que o forte aumento do salário mínimo nos últimos anos é outro fator que vem pressionando a inflação. A política expansionista tende a aumentar a despesa pública (o que contraria o esforço fiscal anunciado pelo governo), para aumentar os estímulos à economia, como produção, consumo e redução de desemprego. Essas ações colocam dinheiro público no mercado para fazer a economia girar. O diretor da AKB defendeu que primeiro seria preciso mudar esses dois fatores para que, então, fosse possível reduzir a taxa de juros. Em evento da FGV em São Paulo, ele lembrou que já está previsto um aumento de cerca de 14% do piso dos salários no Brasil em 2012, e observou que demandas políticas geram pressão por mais gastos, dificultando a contenção das despesas do governo. O diretor da AKB disse que a inflação pode ficar perto de 7% neste ano, patamar considerado por ele como alto e arriscado.

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