quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Após crise no Haiti, esquerda uruguaia quer fechar escola militar

Partidos da aliança governista do Uruguai, a Frente Ampla, de esquerda, defenderam nesta quinta-feira o fechamento do Liceu Militar do país após a denúncia de que cinco marinheiros uruguaios da Missão de Estabilização das Nações Unidas (Minustah) teriam abusado sexualmente de um jovem no Haiti. A proposta, que relaciona o ocorrido com a formação do corpo militar do país, tem adesão do Partido Comunista do Uruguai (PCU) e do Movimento de Participação Popular (MPP), legenda fundada pelo presidente José Mujica, majoritária na coalizão (é a antiga agremiação da organização terrorista Tupamaros). As siglas defendem que os militares cursem o segundo grau em escolas públicas, e não no Liceu, como ocorre atualmente. O presidente do PCU, Jorge Castro, afirmou que "muitas vezes as situações dentro das missões estão fora de controle", e, portanto, "o que deve desaparecer é uma formação que não faz bem ao espírito democrático do país". Para o deputado Esteban Pérez, do MPP, a educação que os militares recebem "está impregnada da doutrina da segurança nacional da ditadura" que esteve em vigência no país de 1973 a 1985. Ele recordou a figura histórica de José Artigas, símbolo da luta pela independência do Uruguai, como uma possibilidade de inspiração para a formação das próximas gerações de militares. O tema já chegou a ser levantado pelo MPP no governo de Tabaré Vázquez (2005-2010), também da Frente Ampla, mas nunca foi adiante.

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