sábado, 24 de setembro de 2011

Alta do dólar chegará ao consumidor em menos de um mês

A alta do dólar chegará aos preços dos produtos importados ou que têm itens importados em sua composição em menos de um mês. A previsão é de alguns setores da indústria e dos representantes dos supermercados. Os primeiros itens que devem sofrer com a alta da moeda são pães, massas e outros alimentos a base do trigo. "O Brasil consome por ano 10 milhões de toneladas de trigo e produz cerca de 5 milhões de toneladas. Importamos metade da nossa necessidade dos nossos vizinhos, Argentina, Paraguai e Uruguai, e o preço do grão é em dólar. Com a moeda mais cara, o trigo fica mais caro e o preço de macarrão e alimentos a base de farinha também sobe", diz Cláudio Zanão, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima). Martinho Paiva Moreira, diretor de economia da Associação Paulista de Supermercados (Apas), também acredita que vários outros produtos devem subir, caso o dólar não volte às cotações do início do ano, entre R$1,60 e R$ 1,70. "Se o dólar se estabilizar nas cotações atuais, o consumidor vai ter de pagar mais pelos produtos importados e até por alguns nacionais que são feitos a partir de maquinário, embalagens e matérias-primas ou peças importadas", diz. Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) também já se prepara para um possível aumento. "A alta do dólar deverá ter impacto não só nos preços dos importados, mas também nos fabricados no Brasil que têm componentes importados. Porém, isso não deve ocorrer num período inferior a 30 dias. As peças dos eletrônicos que estão sendo fabricados já foram importadas. O problema serão os novos contratos e novas peças a serem compradas a partir de agora", diz. Apesar disso, ele ressalta que nenhuma empresa vai reajustar seus preços sem ter idéia do novo patamar que o dólar ficará cotado. Quem pretende viajar ao Exterior já está pagando até R$ 2,00 pelo dólar em algumas casas de câmbio. Se a cotação continuar elevada, muitos podem desistir de roteiros internacionais e optar por viagens internas nas próximas férias, segundo a Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav). De janeiro a agosto, o número de viagens internacionais cresceu 15% ante o ano passado. Na corretora Confidence, que tem 120 lojas em várias cidades do País, a cotação na sexta-feira estava em R$ 1,95.

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