domingo, 21 de agosto de 2011

Tribunal de Justiça negou pedido de proteção policial a juíza morta no Rio de Janeiro

Um processo administrativo revela que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou, em 2009, escolta para a juíza Patrícia Acioli, diferentemente do que a instituição tem afirmado desde que a magistrada foi assassinada, há dez dias. A recusa aconteceu em fevereiro de 2009, e está documentada em despacho da magistrada Sandra Kayat, no qual ela determina o arquivamento do pedido de escolta "por não vislumbrar a necessidade de adoção de qualquer medida extraordinária de segurança". De acordo com o despacho, a decisão de negar a escolta foi do então presidente do Tribunal de Justiça e atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Luiz Zveiter. Depois do assassinato da juíza, Zveiter declarou que a escolta da juíza foi retirada em 2007, quando ele ainda não era presidente do Tribunal de Justiça, e a pedido da própria magistrada. Zveiter afirmou que não tinha havido nenhum pedido de escolta para a juíza durante sua gestão como presidente do Tribunal de Justiça. Ele ocupou o cargo entre 2009 e o início deste ano. A comprovação de que o Tribunal de Justiça negou a escolta foi descoberta pelo advogado de defesa da família da juíza, Técio Lins e Silva. O despacho consta de um processo administrativo iniciado em 2008. O processo está no arquivo central do Tribunal de Justiça. Lins e Silva afirmou que pedirá o desarquivamento do processo nesta segunda-feira, para conhecer seu teor. Para o advogado, o despacho põe por terra a tentativa do Tribunal de Justiça de "tapar o sol com a peneira e atribuir a culpa pelo assassinato à vítima".

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