quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sobre indenização da Itaipu, Gleisi diz que ninguém é infalível


A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) afirmou nesta terça-feira que ninguém é "infalível", que as pessoas podem errar ao longo da vida e que "o erro pode ser reparado" ao comentar o fato de ter recebido indenização da Itaipu Binacional embora tenha pedido para sair da empresa. Em entrevista à rádio CBN, ela confirmou que se colocou à disposição da Procuradoria Geral da República para esclarecer o assunto, e que irá seguir a recomendação do órgão sobre devolver ou não o dinheiro. A ministra sugeriu ainda que outros diretores também foram beneficiados: "Como fui exonerada eu recebi os recursos como muitos diretores dentro da empresa". A Folha revelou na última quarta-feira que a ministra recebeu R$ 41 mil de indenização ao deixar a Itaipu para se candidatar, pela primeira vez, ao Senado pelo PT do Paraná, em 2006. A indenização, equivalente a multa de 40% do saldo para efeito de rescisão trabalhista, só é paga quando o funcionário é demitido da empresa sem justa causa. A ministra afirmou que a orientação para o pagamento partiu do presidente da empresa, Jorge Samek. "Se isso causou prejuízo a empresa, quero reparar o dano." Samek já afirmou que exonerou Gleisi porque ela sairia candidata e não era aceitável a politização do órgão. Gleisi comentou ainda na entrevista à CBN sobre o uso de aviões de empresas privadas por ministros. Ela mesmo e o marido Paulo Bernardo (Comunicações) foram atingidos pelo escândalo. Embora tenha afirmado que "a regra é clara" quanto ao impedimento do uso de aeronaves particulares e que "é importante seguir as regras", ela disse que "o fato de uma pessoa pegar uma carona, ser ajudada num momento, não quer dizer que aquilo vá contra o interesse público". A ministra ressaltou que não usou aeronaves particulares quando estava no governo. O ministro Paulo Bernardo já admitiu a possibilidade de ter usado um turbo hélice da empreiteira Sanches Tripoloni que tem contratos com o governo federal quando era ministro do Planejamento do governo Lula. A ministra afirmou ainda que o governo estuda novas regras para os convênios dos ministérios com ONGs e entidades, foco constante de denúncias. Segundo ela, o ministro será o responsável pela assinatura dos convênios, não podendo mais delegar a subordinados. Ela afirmou que a sucessão de denúncias contra membros do governo tem uma série de motivos e citou que "em razão da movimentação que tivemos no Executivo", as "coisas ficaram mais sujeitas a verificação, a questionamentos". E complementou: "Às vezes as pessoas têm interesses que outras sejam expostas, tem uma série de motivos. E, às vezes, tem coisa errada mesmo." A ministra assumiu o cargo após a saída de Antonio Palocci, que não conseguiu explicar a multiplicação do seu patrimônio em 20 num período de 4 anos, conforme revelou a Folha. Os escândalos se seguiram à saída dele do cargo.

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