sábado, 13 de agosto de 2011

Revista The Economist diz que, sem reformas, América Latina pode virar refém do mundo exterior

Uma reportagem publicada na edição desta semana da revista "The Economist" afirma que os países da América Latina precisam acelerar o ritmo das suas reformas estruturais para evitar que a região se torne "refém do mundo exterior". "O quanto mais os países - principalmente os sul-americanos - adiam suas reformas estruturais, mais eles se tornam reféns do mundo exterior", diz o texto, que faz referência à dependência da região em relação à China, principal comprador de matérias-primas latino-americanas. Segundo a revista, um dos principais entraves da região é a falta de investimentos. A reportagem afirma que as economias latino-americanas estão se aproveitando do alto preço internacional das commodities - que gera riqueza na região - para gastar mais com importações e fomentar o aumento do consumo, em vez de investir dinheiro na economia. A "The Economist" diz que, ao contrário de outros países e regiões emergentes, os latino-americanos não poupam, investem ou aumentam a eficiência da sua economia no ritmo desejado. A revista cita um estudo da consultoria McKinsey, que afirma que a produtividade dos trabalhadores cresceu apenas 1,4% na região entre 1991 e 2009, comparado com 3,9% na Coréia do Sul e 8,4% na China. Outro dado citado pela reportagem, da consultoria Macquarie Capital, mostra que o Brasil só investe 18,5% do seu Produto Nacional Bruto, comparado com o índice de 49% na China. Isso ocorre, segundo a "The Economist", "devido a baixos índices de poupança, altas taxas de juros e tarifas de proteção em entradas que tornam os investimentos mais caros". A "The Economist" 'afirma que a América Latina tem respondido bem às crises recentes, com a economia crescendo em média 6% no ano passado. Este ano, há previsões de um índice de até 5%. No entanto, a turbulência nas bolsas mundiais na última semana jogou um balde de água fria nas previsões mais animadoras. A revista afirma que a região tem armas para se proteger dos efeitos da crise econômica, mas diz que os governos precisam fazer mais do que têm feito. Entre as medidas citadas está mais agilidade na hora de endurecer a política fiscal e reduzir o déficit público. Um dos entraves para isso é de natureza política, por causa das demandas sociais de cada país.

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