segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ministro Gilmar Mendes diz que morte de juíza sugere ousadia de crime organizado

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse nesta segunda-feira que o assassinato juíza Patrícia Acioli é um fato "extremamente grave". Certamente isso sugere que o crime organizado está ficando muito mais ousado", disse o ministro. Para ele, é preciso ter respostas urgentes para esse tipo de situação: "Quando se matam juízes porque estão exercendo suas funções, nós devemos ficar realmente muito preocupados". Gilmar Mendes afirmou que o assassinato tem um caráter simbólico por agredir uma autoridade judicial que estava reprimindo crimes: "Isso provoca um temor generalizado. Repercute em todos os grupos que estão incumbidos nessas funções, como promotores, juízes e delegados". Segundo o ministro, é preciso evitar que o País tenha uma magistratura amedrontada. Voluntários, moradores de São Gonçalo e parentes da juíza fizeram um protesto na manhã desta segunda-feira em frente ao Fórum da cidade, onde ela trabalhava. Usando mordaças pretas, togas e segurando exemplares do Código Penal e rosas vermelhas, eles cobraram uma rápida solução para o crime. O jornalista Humberto Nascimento, primo da juíza, também criticou o governo estadual do por ter dispensado a ajuda da Polícia Federal nas investigações. "Não gostamos da postura do governo de ter recusado ajuda federal. Essa coisa de política, de achar que não tem que interferir, que a polícia daqui dá conta...Ora, se são policiais que estão sob suspeição e muitos policiais estão investigando, por que a Polícia Federal não participa, nem que fosse como observadora?" - questionou ele. Falando em nome da família, Nascimento disse que os parentes ficaram "profundamente desgostosos" com o governador Sérgio Cabral (PMDB). Sobre a hipótese de a motivação do crime ser passional, Nascimento afirmou que nenhuma suspeita pode ser descartada, mas que ela não é prioritária para a família: "Mas a hipótese é cômoda para o governo, para o Tribunal de Justiça, para a polícia", disse ele. O primo voltou a afirmar que a juíza recebia ameaças e teve os pedidos de proteção negados pelo tribunal. Ele disse que havia pelo menos 35 relatos de ameaças contra ela e que a família procura os ofícios encaminhados pela juíza ao Tribunal de Justiça para comprovar o que está falando.

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