quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Justiça dá liberdade condicional a Cacciola

Após três anos e 11 meses de prisão, o ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, de 67 anos, conseguiu sua liberdade condicional na Justiça do Rio Janeiro. Ele estava cumprindo pena no Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Cumprirá em casa o restante de sua condenação de 13 anos de prisão por crimes de gestão fraudulenta e desvio de dinheiro público. Protagonista de um dos maiores escândalos financeiros do Brasil, o ex-dono do Banco Marka foi o foragido número 1 da Justiça brasileira durante os sete anos em que viveu em Roma, na Itália, onde abriu um hotel, que possui até hoje. Cacciola foi preso em 15 de setembro de 2007, quando foi visitar a namorada no Principado de Mônaco, após ser localizado pela Interpol. Na decisão, a juíza Natascha Maculan Adum Dazzi, da Vara de Execuções Penais (VEP) da Justiça do Rio de Janeiro, descartou manifestação do Ministério Público Estadual contrária ao livramento condicional. Quando sair da prisão, Cacciola terá uma residência fixa no Rio, que não poderá deixar sem autorização da Justiça. Precisará ainda se apresentar sistematicamente ao Tribunal. O envolvimento de Cacciola com a Justiça começou quando seu banco, o Marka, sediado no Rio de Janeiro, teve problemas na maxidesvalorização do real, em 1999. O banco fez apostas erradas no mercado de câmbio e precisou ser socorrido pelo Banco Central, em uma operação que causou prejuízos de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos, valor que engloba também o resgate do banco FonteCindam. O polêmico socorro envolveu denúncias de chantagem e informações privilegiadas, além de ter sido alvo de uma CPI. Por causa do escândalo, o ex-banqueiro foi preso em 2000 em seu apartamento no luxuoso condomínio Golden Green, na Barra da Tijuca. Beneficiado por um habeas corpus, deixou a prisão após 37 dias e realizou uma operação de fuga digna de novela. Primeiro viajou de carro para Paraty (RJ), onde dormiu em seu antigo barco. De lá, pegou um helicóptero para o interior de São Paulo, embarcou de avião para Santana do Livramento (RS) e cruzou a fronteira com o Uruguai. Em Montevidéu, embarcou para Buenos Aires e, depois, para Roma. Permaneceu no país protegido contra a extradição por sua dupla cidadania. Familiares garantem que Cacciola nunca teria cogitado sair novamente do país. Sua residência mais provável é na Barra, onde mora a advogada gaúcha Mirela Hermes, sua namorada.

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