quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Foragido há um ano, ex-funcionário da Assembléia do Paraná se entrega


Daor Afonso Marins de Oliveira, ex-funcionário da Assembléia Legislativa do Paraná, entregou-se na segunda-feira à polícia, depois de ficar quase um ano e meio foragido da Justiça. Oliveira é acusado de participar de uma fraude que desviou pelo menos R$ 100 milhões da Assembléia, desbaratada no ano passado pelo Ministério Público. O ex-funcionário, de acordo com o Ministério Público, era responsável por contratar funcionários fantasmas (entre eles, sua mulher, filhos e parentes) para a Casa. Os salários, na faixa dos R$ 20 mil mensais, eram desviados em prol da quadrilha. Em depoimento à Justiça, Oliveira disse que morou em três cidades litorâneas na época em que esteve foragido. Segundo o promotor Denilson Soares de Almeida, ele confirmou que contratava funcionários fantasmas para a Assembléia e que nunca trabalhou na Casa, apesar de estar registrado na lista de empregados. O ex-funcionário, porém, disse que era o então diretor-geral da Assembléia, Abib Miguel, quem controlava as contas bancárias dos fantasmas. Após o depoimento, Oliveira foi encaminhado para um presídio na região metropolitana de Curitiba, por força de um mandado de prisão preventiva de maio de 2010. Ele responde na Justiça por peculato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha. O advogado de Oliveira, João Batista Valim, pediu a revogação da prisão, mas o pedido ainda não foi apreciado. Atualmente, Oliveira é o único réu que está preso por causa dos desvios na Assembléia. Todos os outros já foram soltos, por ordem da Justiça. Também estão sendo processados, entre outros, o ex-diretor-geral da Casa, Abib Miguel, que, segundo o Ministério Público, era quem chefiava o esquema, e os deputados estaduais Nelson Justus (DEM) e Alexandre Curi (PMDB), ex-presidente e ex-primeiro-secretário da Assembléia, respectivamente. Para a Promotoria, contribuíram para manter a falta de transparência que originou as fraudes.

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